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Empresários de SC estimulam o pedágio variável na BR-101

Para alguns setores da economia, especialmente os que precisam transportar um volume alto e pesado de mercadorias, a logística é um fator vital.
Empresários mostraram-se preocupados com as condições da BR-101, que opera com o dobro da capacidade no trecho Norte e requer a conclusão urgente de obras atrasadas.
As condições da rodovia foram esmiuçadas por dois levantamentos da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), um para o trecho Sul e outro para o Norte. Divulgado na última quinta-feira, o segundo estudo mostrou que em cinco anos de concessão foram executadas somente 17,24% das obras previstas.
Para Mario Cezar de Aguiar, presidente da Associação Empresarial de Joinville (Acij) e da Câmara de Transporte e Logística da Fiesc, as melhorias necessárias começam nas obras de curto prazo, como a correção da inclinação de curvas, o alargamento de pontes e da própria rodovia e os reparos na pista de rolagem, danificada pelo excesso de peso dos veículos.
Logística é fator competitivo para as empresas do Estado
Os empresários também sugerem medidas para equilibrar o fluxo de carros na 101. Uma delas é implementar o pedágio variável, que seria mais caro para os motoristas que circulam em horários de pico e ínfimo nos outros períodos. Finalmente, a longo prazo, eles sugerem a triplicação ou mesmo uma rodovia alternativa.
A logística hoje é um fator competitivo para as empresas, principalmente em setores que trabalham com muitos (e pesados) pedidos, como o metalmecânico, explica Aguiar.
A Weg, por exemplo, exportou 12 mil contêineres em 2012. Para o gerente de logística da empresa, Clécio Fábio Zucco, é justamente nas BRs 280 e 101 que estão os maiores gargalos do Estado. Como prestadora de serviços da cadeia logística, a OTM não escapa do uso intenso das estradas e coloca este modal no topo da lista de melhorias urgentes.
Autopista contesta estudo
A concessionária da BR-101 até 2032, a Autopista Litoral Sul, contestou ontem as conclusões do estudo da Fiesc sobre a rodovia. Em nota, a empresa alegou que os atrasos nas obras devem-se à espera pela liberação das licenças ambientais.
De acordo com a Autopista, já foram investidos mais de R$ 870 milhões de um total de R$ 3,1 bilhões previstos para os 25 anos de contrato.
A concessionária também questionou a alegação da Fiesc sobre a qualidade da execução das obras já realizadas. Em nota, a empresa argumentou: “apontar defeitos na qualidade das obras e da sinalização realizadas no trecho é colocar em dúvida e questionar todas as normas de engenharia vigentes no país, padronizadas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (DNIT) e o quadro de melhores engenheiros do mercado, que seguem padrões técnicos de qualidade nacionais e internacionais”.
E prosseguiu: “Mais do que isto, desconsiderar que, apenas em SC, foram recuperados 222 quilômetros de pavimento em pista dupla e que o contrato de concessão obriga a empresa a manter o pavimento dentro das condições ideais de segurança e conforto para os usuários, durante os 25 anos de duração do contrato, com a realização dos serviços sempre que houver necessidade”.
No documento, a concessionária também ressaltou que o estudo da federação que representa as indústrias catarinenses não apresenta os benefícios trazidos pela concessão, como a geração de 880 empregos, a prestação de quase 1 milhão de atendimentos a usuários da rodovia desde o início da concessão, o recolhimento para as prefeituras de mais de R$ 33 milhões e a promoção de diversas ações de responsabilidade social, ambiental e de apoio cultural pela Autopista. Um exemplo seria o patrocínio para a Escola de Teatro Balé Bolshoi.
Plano aponta novas alternativas de modais
Os dois levantamentos da Fiesc sobre a BR-101 serão entregues na semana que vem ao Ministério dos Transportes, DNIT, Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e autoridades do Estado.
A entidade também lançou o Plano de Mobilidade SC. A iniciativa contempla o estudo sobre novas alternativas de modais, como a cabotagem, e rodadas de consultas regionais à sociedade organizada.
* Colaboraram Tuane Roldão e Claudine Nunes.
(DC, 03/08/2013)

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