Além de locais de celebração e oração, as igrejas são também obras de arte centenárias que mantêm tradições e contam parte da história da comunidade em seu entorno. Só em Florianópolis, 14 igrejas são tombadas como patrimônio cultural histórico. Para que a história não se perca e cada detalhe seja mantido, muitas destas edificações passam por processos minuciosos de restauração que, além de fazer este resgate cultural, também revelam histórias desconhecidas pelas novas gerações.
O serviço não é simples como uma reforma comum e deve contar sempre com imprevistos. Em alguns casos, o cronograma e até o orçamento são alterados devido a descobertas feitas ao longo dos trabalhos. Se uma nova obra é encontrada, por exemplo, a empresa chama um especialista e repensa como dará continuidade ao trabalho. A equipe que trabalha neste processo é formada por diversos profissionais, entre eles, arquitetos, engenheiros, restauradores, historiadores e arqueólogos.
Os pedreiros, marceneiros e operários também precisam ter cuidados especiais e passam por treinamento antes das intervenções. “Não se pode quebrar a parede de qualquer jeito. Ali por trás pode haver um reboco ou uma pintura que ainda não conhecemos e precisa ser mexido com cuidado, preservado”, explica Ivana Moser, engenheira da empresa Concrejat, responsável pelas obras de restauração em andamento nas igrejas da Capital e São José.
Obras demoram anos e desenterram séculos
A igreja mais antiga restaurada é a Catedral Metropolitana, no Centro da Capital. A Igreja Matriz, como também é conhecida, tem 301 anos e é tombada por decreto municipal e estadual. As obras começaram em 2005 e acabaram ano passado. Todo altar e pintura foram reparados, assim como as paredes externas e toda parte estrutural da edificação. A última fase prevista, que ainda aguarda aprovação do governo do Estado, envolve os sinos da igreja, um órgão alemão centenário e a conclusão de um espaço a ser usado como museu. As missas e visitação ao local, que também é ponto turístico da cidade, já funcionam normalmente.
Depois da Catedral, a mais antiga é a igreja Matriz de São José, que fica no Centro Histórico do município. Construída em 1765, edificação foi tombada pelo Governo do Estado em 1998 e desde 2011 está fechada para as obras. Agora passa pela terceira e última fase de restauração que compõe drenagem interna e externa, recuperação das fachadas, do sino, dos altares, imagens, recuperação do salão paroquial e serviços de instalação elétrica, sonorização e alarme.
A Igreja de São Francisco, também no Centro de Florianópolis, é uma das obras mais recentes e ainda está na primeira fase. A etapa envolve o telhado, imunização contra cupins, fixação da estrutura e restauração da cobertura, coro e escadas, e deve ser concluída até o fim deste mês. O próximo passo é a restauração de imagens e prospecção para o reparo de pinturas antigas. Por último será mexido no piso, que será todo aberto e passará por drenagem. Ainda não há previsão para a conclusão, porque o desenvolvimento da obra dependerá da aprovação do governo para as próximas fases.
Reparo da cobertura é o primeiro passo
A obra começa invariavelmente pelo telhado, porque o maior problema destas edificações é a infiltração. A umidade danifica a parte elétrica, a parte hidráulica, o forro e as pinturas. “Essas infiltrações trazem uma série de transtornos que vão se acumulando e acabam deteriorando aos poucos. Se não começar pelo teto, é como jogar dinheiro fora, estaríamos arrumando partes internas que logo seriam danificadas novamente”, afirmou Roberto Alvarez Bentes de Sá, presidente da Comissão Especial de Restauração da Arquidiocese de Florianópolis.
A Fundação Catarinense de Cultura, por meio da Diretoria de Patrimônio Cultural do Estado, é a instituição que aprova e fiscaliza a execução de projetos de restauros dos bens tombados do Estado. O acompanhamento também é feito pelo Sephan (Serviço do Patrimônio Histórico, Artístico e Natural do Município). Nas igrejas católicas, uma comissão formada pela Arquidiocese também acompanha e gerencia os trabalhos.
Papel fundamental no desenvolvimento e história das comunidades
Umas das que mantém as raízes açorianas do povo ilhéu de Florianópolis é a Igreja Nossa Senhora da Lapa, no Ribeirão da Ilha (ao lado). De acordo com os técnicos do Sephan, as igrejas do interior da ilha além de carregarem boa parte da historia da região, e por isso há muita identificação e dedicação da população local, essas entidades tiveram papel fundamental no processo evolutivo da comunidade.
A igreja nunca foi reformada, ganhou apenas pequenos reparos emergenciais. A obra está na última fase que é a restauração dos altares, imagens e forro, instalação elétrica e de sonorização e obras de acessibilidade. Ainda será feito um muro de arrimo na parte dos fundos da igreja para evitar infiltração e a restauração do Império do Divino. Durante as obras foi descoberta uma imagem e uma frase pintada na entrada da igreja. “Pax huic domui. et omnibus habitantibus”, que significa “Paz para esta casa e para todos que nela habitam”.
Todas as celebrações estão sendo feitas no salão paroquial. A previsão para conclusão, pelo menos da parte interna, é para o início do próximo ano. “Restaurando a igreja se recupera a história de Florianópolis. Há uma memória e um carinho muito grande do povo pela igreja”, afirma o padre Mauricio da Costa.
Ao entrar na igreja e ver parte dela restaurada Ines Maria da Silva, conhecida como Maria do Tetê, Maria não conteve as lágrimas. Ela faz parte do grupo de oração e do coral desde que, aos 17 anos, deixou o Mont Serrat, para se casar e morar no Ribeirão da Ilha.
Hoje aos 57 anos, Maria brinca com o título de “beata” que recebeu dos amigos e se emociona com a transformação do bairro e a restauração do patrimônio cultural. “Se não fosse essa restauração, nossa igreja ia cair, junto com a nossa história. É um renascimento meu, da comunidade, da igreja. A sensação que eu tenho é que estamos nascendo de novo”.
OBRAS EM ANDAMENTO
Catedral Metropolitana de Florianópolis
Data da construção: 5 de Março de 1712.
Início das obras de Restauração: Maio de 2005
Valor investido até o momento: R$ 8.485.373,00
Procedência do recurso: Governo do Estado de SC, Prefeitura Municipal de Florianópolis, BNDES e Tractebel
Previsão de conclusão: Restauração interna foi concluída, há um novo projeto que depende da autorização do Estado para a última fase de restauração orçada em R$ 3.800.000,00.
Igreja de São Francisco da Ordem Terceira
Data da construção: Ano de 1802
Início das obras de Restauração: Maio de 2012
Valor investido até o momento: R$ 2.432.129,30(1a fase, que está sendo concluída em junho)
Procedência do recurso: Governo do Estado de Santa Catarina
Previsão de conclusão: A restauração compreende 3 fases. A primeira será concluída este mês, as outras duas ainda não tem previsão para iniciar, depende da autorização do Estado.
Igreja de Nossa Senhora da Lapa
Data da construção: Ano de 1806
Início das obras de Restauração: Dezembro de 2009
Valor investido até o momento: 1ª e 2ª fases R$ 3.279.400,00; 3ª e última fase R$ 3.383.219,78
Procedência do recurso: Governo do Estado de Santa Catarina
Previsão de conclusão: Março de 2014
Igreja Matriz de São José
Data da construção: Ano de 1765
Início das obras de Restauração: Dezembro de 2009
Gasto total até o presente: R$- 3.531.570,00 – (1a e 2a fases); + 3a e última fase – R$- 3.968.762,99 ( Restauro que teve início no mês de junho 2013)
Procedência do recurso: Governo do Estado de Santa Catarina
Conclusão da Restauração: Março de 2014
(ND, 14/07/2013)
Cookie | Duração | Descrição |
---|---|---|
cookielawinfo-checkbox-analytics | 11 meses | Este cookie é definido pelo plugin GDPR Cookie Consent. O cookie é usado para armazenar o consentimento do usuário para os cookies na categoria "Analíticos". |
cookielawinfo-checkbox-necessary | 11 meses | Este cookie é definido pelo plugin GDPR Cookie Consent. Os cookies são usados para armazenar o consentimento do usuário para os cookies na categoria "Necessários". |
viewed_cookie_policy | 11 meses | O cookie é definido pelo plugin GDPR Cookie Consent e é usado para armazenar se o usuário consentiu ou não com o uso de cookies. Ele não armazena nenhum dado pessoal. |
Cookie | Duração | Descrição |
---|---|---|
collect | sessão | Usado para enviar dados ao Google Analytics sobre o dispositivo e o comportamento do visitante. Rastreia o visitante através de dispositivos e canais de marketing. |
CONSENT | 2 anos | O YouTube define este cookie através dos vídeos incorporados do YouTube e regista dados estatísticos anônimos. |
iutk | 5 meses 27 dias | Este cookie é utilizado pelo sistema analítico Issuu. Os cookies são utilizados para recolher informações relativas à atividade dos visitantes sobre os produtos Issuuu. |
_ga | 2 anos | Este cookie do Google Analytics registra uma identificação única que é usada para gerar dados estatísticos sobre como o visitante usa o site. |
_gat | 1 dia | Usado pelo Google Analytics para limitar a taxa de solicitação. |
_gid | 1 dia | Usado pelo Google Analytics para distinguir usuários e gerar dados estatísticos sobre como o visitante usa o site. |
Cookie | Duração | Descrição |
---|---|---|
IDE | 1 ano 24 dias | Os cookies IDE Google DoubleClick são usados para armazenar informações sobre como o usuário utiliza o site para apresentá-los com anúncios relevantes e de acordo com o perfil do usuário. |
mc .quantserve.com | 1 ano 1 mês | Quantserve define o cookie mc para rastrear anonimamente o comportamento do usuário no site. |
test_cookie | 15 minutos | O test_cookie é definido pelo doubleclick.net e é usado para determinar se o navegador do usuário suporta cookies. |
VISITOR_INFO1_LIVE | 5 meses 27 dias | Um cookie colocado pelo YouTube para medir a largura de banda que determina se o usuário obtém a nova ou a antiga interface do player. |
YSC | sessão | O cookie YSC é colocado pelo Youtube e é utilizado para acompanhar as visualizações dos vídeos incorporados nas páginas do Youtube. |
yt-remote-connected-devices | permanente | O YouTube define este cookie para armazenar as preferências de vídeo do usuário usando o vídeo do YouTube incorporado. |
yt-remote-device-id | permanente | O YouTube define este cookie para armazenar as preferências de vídeo do usuário usando o vídeo do YouTube incorporado. |
yt.innertube::nextId | permanente | Este cookie, definido pelo YouTube, registra uma identificação única para armazenar dados sobre os vídeos do YouTube que o usuário viu. |
yt.innertube::requests | permanente | Este cookie, definido pelo YouTube, registra uma identificação única para armazenar dados sobre os vídeos do YouTube que o usuário viu. |