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O preço do saudável hábito de correr

Amanhecer, temperatura agradável, sol e corrida. Amanhecer, frio, chuva e corrida. Não importa a cena em SC, quem está disposto a participar das 52 assessorias de corrida no Estado não arreda o pé sem antes ter cumprido a quilometragem diária.

Dissociada do profissionalismo, a corrida ganha adeptos de gerações diferentes, interessados mais em qualidade de vida do que em performance – e dispostos a gastar, por baixo, R$ 300 em vestuário básico. Os mais aficionados chegam a desembolsar mais de R$ 2 mil com todos os equipamentos.

Em Florianópolis, capital considerada a mais saudável do país, segundo uma pesquisa do Ministério da Saúde de 2012, o número de corredores só aumenta. A cidade tem ao todo 20 grupos de corrida que somam a média de 1,3 mil pessoas atraídas pela vista das orlas do mar enquanto correm e que atraem o olhar dos motoristas, quase ao lado.

O presidente da Associação de Treinadores de Corrida de SC, Dilnei Bittencourt, atribui o crescimento do setor ao fato de Florianópolis entrar na rota dos eventos de corrida a partir de 2008. Atualmente, são mais de 30 destas provas ao longo do ano – a Meia Maratona de Floripa, realizada em junho, contou com a participação de 7 mil corredores.

– Esse movimento começou fora do país, nos EUA, onde a corrida se popularizou muito nos últimos anos. Aos poucos, os eventos começaram a ser realizados nas maiores capitais do Brasil e acabaram chegando em Florianópolis – observa Bittencourt.

Nos Estados Unidos, existem 40 milhões de corredores, contra 5 milhões que praticam a atividade no Brasil. Apesar da disparidade nos números (e lembrando que os EUA têm cerca de 115 milhões de habitantes a mais), o treinador Fabiano Braun, da assessoria esportiva Floripa Runners, acredita que o termo “popularização” pode ser aplicado aqui também – pelo menos em Florianópolis.

Criada em 2008, a Floripa Runners dobrou o número de alunos nos últimos dois anos. Pessoas dispostas a pagar entre R$ 90 e R$ 480 para sentir o prazer de um coração acelerado e, por que não, de uns quilinhos a menos. Atualmente, 150 corredores, entre 18 e 68 anos, reúnem-se duas ou três vezes por semana para correr, correr, correr. E se chove, Fabiano?

– Só com muito frio o pessoal falta, mas com chuva o número de pessoas que fica em casa é mínimo, cerca de 10% delas.

O gerente da loja Centauro do Floripa Shopping, Mario Reis, ressalta que em tempo frio a compra de vestuário para corrida é tão grande quanto no verão. A venda destes itens cresceu 12% nos últimos três anos.

– Há 10 anos, a corrida era só para profissionais. Hoje em dia, ela visa mais a saúde do que a performance – acredita.

(DC, 21/07/2013)

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