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“Leve-me ao seu líder”. Que líder? Presidenta Dilma Rousseff precisa saber com quem dialogar

Por Carlos Damião (ND, 25/06/2013)
A grande dúvida que permeou as discussões no fim de semana: se a presidente Dilma Rousseff vai dialogar com representantes dos manifestantes, quem serão os representantes dos manifestantes a sentar à mesa de negociação? Os governadores, os prefeitos? Longe disso. E esse é o principal problema que emergiu das ruas, como naquela piada clássica do marciano que chega à Terra e pede aos terráqueos que o recebem: “Leve-me ao seu líder”. As manifestações foram espontâneas, divertidas e saudáveis por aqui, violentas ali e mais ou menos lá adiante. E o fato, indiscutível, é que não tiveram qualquer tipo de liderança partidária ou oficial a dizer o que precisava ser feito ou bradado. As pessoas foram chegando, do jeito que queriam, com os cartazes que confeccionaram em casa ou na escola, com o único compromisso – catártico, é verdade – de colocar para fora sentimentos de indignação, protestos e reivindicações. Há muita coisa acumulada desde a redemocratização do Brasil, desde o primeiro governo civil que montou uma base corrupta no Congresso Nacional para garantir a governabilidade. Saúde, educação, transporte público, segurança pública, gastos públicos sem controle, impostos demais. Seis temas constantes nos protestos em todo o país. Seis questões diretamente relacionadas ao corrupto sistema político brasileiro, que precisa com urgência de uma reforma verdadeira, radical e com apoio popular.
Consenso difícil
Mal comparando, o problema que a presidente Dilma tem pela frente, de dialogar com “as ruas”, é o mesmo que entrava alguns planos diretores, o de Florianópolis incluído. As audiências públicas definiram caminhos, mas há dificuldades em se obter consenso, porque na prática não existe “um líder”, mas dezenas de lideranças defendendo diferentes rumos e interesses.

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