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Ônibus estaciona para abrir debates: grupo de jovens estará na Praça XV para discutir transformação social

Se o movimento de contracultura na década de 1960 era o hippie e, nos anos 1980, o punk, a evolução da internet permite à atual geração reconstruir ideais em torno das novas mídias. O apelo ecoa no meio eletrônico na busca por transparência na política e disseminação cultural. Uma mostra dessa tendência pode ser conferida amanhã, com a parada do Ônibus Hacker na Praça XV de Novembro, no Centro da Capital.
O coletivo é um laboratório móvel para experimentações e discussões sobre tecnologia, arte e política, com foco em questões urbanas. O ônibus levará ao Centro encenações, exibição de filmes, jogos e oficinas.
O projeto Ônibus Hacker surgiu em São Paulo, de onde saiu na última semana trazendo um grupo de 18 jovens com diferentes talentos. Um dos idealizadores, Pedro Markun explica o conceito. Para ele, “é uma proposta da busca e uso do conhecimento para transformar as coisas, os cenários, seja na cultura ou na política, com as ferramentas que se tem à disposição”. Por isso o evento contará com oficinas diversas, da confecção de instrumentos com material reciclado à prática de jogos que ironizam discursos políticos.
A iniciativa do ônibus hacker partiu da informática. Não no sentido pejorativo dos chamados crackers – conhecidos por invadir sistemas –, mas do talento de programadores habilidosos dedicados a experimentar e modificar sistemas para encontrar soluções. Com isso, Pedro e seus colegas buscam questionar a política.
O jovem conta que já copiou o blog da Presidência da República – planalto.blog.br – porque o original não possibilitava a interação, um dos princípios que ele considera fundamentais na internet. Pedro criou uma versão alternativa que permitia comentários. A resposta foram mensagens criticando o conteúdo da página oficial.
– O ônibus surgiu do projeto Transparência Hacker, em que discutíamos como usar tecnologia para transformar a política – diz.
Filho do jornalista Paulo Markun e da cantora e bailarina Tatiana Cobbett, Pedro escolheu o engajamento e o que chama de “cultura hacker” como filosofia de vida.
(DC, 31/05/2013)

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