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Especialista defende mobilização comunitária para segurança

O conceito vizinho solidário foi usado também pelas Forças Armadas, na década de 1990. O especialista em segurança e coronel da reserva Eugênio Moretzsohn, quando trabalhava na Inteligência do Exército, cadastrou moradores das áreas vizinhas ao Lago de Itaipu, na fronteira do Brasil com o Paraguai. Ele os ensinou a observar de maneira sigilosa a movimentação de barcos e veículos nas margens do lago e comunicar à polícia. Era comum a travessia de carros roubados em cima de balsas para o país vizinho, trocados por armas e munições.

– Foram aqueles anônimos ribeirinhos que passaram a alertar a polícia sobre a travessia de material ilícito. Muitas prisões foram efetuadas a partir desses oportunos alertas, disparados por pessoas que não dispunham sequer de telefone e se revezavam em turnos para monitorar a movimentação suspeita – lembra o coronel da reserva.

O especialista Moretzsohn é a favor da mobilização comunitária como forma de mudar:

– É a maneira mais efetiva de somar esforços e atingir um objetivo de interesse comum. A união de vontades é o motor da mudança, inclusive para a segurança.

A Diretoria de Segurança Cidadã, subordinada à Secretaria de Segurança Pública (SSP) e coordenadora dos Conselhos Comunitários de Segurança (Consegs), acredita que não há nada de novo no processo de grupos se organizarem para promover sua segurança. Ações organizadas com esta finalidade existem desde que o ser humano começou a formar as primeiras cidades.

– É, entretanto, um tipo de iniciativa que deve ser estimulada por ajudar a desenvolver um maior senso de cidadania e ampliação da rede de solidariedade entre pessoas da mesma área geográfica, além de poder construir comunidades mais seguras – observa o tenente-coronel da PM e diretor de Segurança Cidadã da SSP, Luiz Ricardo Duarte.

Para ele, a participação cidadã na construção da segurança pública é imprescindível e também por isso o estímulo à adesão aos Consegs. Neste caso, a vantagem é de que as polícias também passam a integrar a rede de contatos das comunidades.

(DC, 16/05/2013)

Cada um cuida do outro

A sociedade civil tem se organizado em grupos para driblar a insegurança em suas ruas. A ideia é um cuidar do outro na prevenção e em situações de violência. Eles não se consideram justiceiros, mas cidadãos dispostos a contribuir com o trabalho da polícia ou cansados de esperar pelo Estado, algumas vezes ausente. Ações como essas têm sido cada vez mais comuns em Florianópolis. Como resultado, os bairros tornam-se mais seguros e são retomadas as relações entre vizinhos, que voltaram a confraternizar e confiar uns nos outros.

Vizinhos organizados hoje existem em bairros como Coqueiros, Rio Tavares, Campeche, Barra da Lagoa, Armação do Pântano do Sul, Daniela e Santo Antônio de Lisboa. Alguns contam com orientações da própria polícia ou estão vinculados aos Conselhos de Segurança Comunitária (Consegs) da Secretaria de Segurança Pública.

O grupo da Rua Paula Ramos, em Coqueiros, por exemplo, é independente. São seis vizinhos que se organizaram há cerca de dois anos depois de um assalto. Todos têm a chave, o controle do alarme e do portão, uns dos outros. Uma lista com informações confidenciais também é compartilhada entre eles.

Sinalização indica o estado de alerta

Cada residência tem uma placa indicando que ali mora um vizinho solidário. Em outros bairros, a sinalização é fixada também em postes. Serve para avisar ao ladrão que o espaço não está abandonado e que os moradores estão em estado de alerta.

Integrante do grupo de Coqueiros, o médico Cilmar Rosa, 54, nunca foi assaltado na própria casa. Mas foi vítima quatro vezes no consultório e uma na residência de praia. Seus vizinhos, no entanto, tiveram as casas assaltadas. Depois da formação do grupo, várias tentativas de furto e roubo na rua onde moram foram coibidas.

– Quando alguém força um portão ou o alarme dispara, imediatamente o grupo se telefona, antes de ligar para a polícia. Quando o morador não está em casa, o vizinho entra, checa se está tudo bem, desliga o alarme e avisa o dono da casa – observa Rosa.

Ele ressalta que trabalha apenas com prestadores de serviço de confiança que atuam com ele há anos. Morador de Coqueiros há 22 anos, não tem medo de ficar em casa, mas se sente inseguro, mesmo morando a 60 metros do comando-geral do Estado Maior e a 800 metros de um posto da Polícia Militar.

O médico afirma que, em caso de assalto com arma, a primeira coisa é ligar para a polícia para não colocar a vida do vizinho em risco. E destaca vantagens na formação do grupo, que se reúne informalmente a cada três meses:

– Aproxima as pessoas. Mas a finalidade é criar um espírito de bairro, um cuida do outro.

(DC, 16/05/2013)

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