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18/03/2013
Humor em Floripa
18/03/2013

Lamento sobre a Fundação Franklin Cascaes

Em 2000, a prefeitura de Florianópolis recebeu, por comodato, o Forte Santa Bárbara, no final da Avenida Hercílio Luz, para instalar a Fundação Franklin Cascaes. Sob a supervisão do arquiteto Dalmo Vieira e com o apoio de empresas, foi restaurado. O então comandante da Marinha, Isidério de Almeida Mendes, emocionou-se ao ver o legado do século 18 recuperado, e convocou a banda oficial, vinda do Rio Grande do Sul, para a reinauguração, enquanto um helicóptero lançava pétalas de rosa sobre o forte.

A partir de 2001, os novos inquilinos – também dirigentes da cultura –, ignorando as normas de preservação patrimonial, esburacaram paredes para instalar ar-condicionado e improvisaram divisórias de madeira, degradando a herança de mais de dois séculos.

A Marinha denunciou a deterioração do local, expulsou a Fundação Franklin Cascaes e retomou o patrimônio, que deve ser cedido à Univali para instalar o Museu do Mar. Antes do aterro da Baía Sul, embarcações da Marinha aportavam no trapiche do forte, também frequentados nos anos 1960 por ilhéus.

Este é mais um episódio da sátira cultural de uma cidade que sepulta a sua história, vive de espetáculos circunstanciais e alimenta um falso título de qualidade de vida. Afinal, o que é viver com qualidade? A antiga Desterro tem cinco fortalezas, conhecidas por menos de 30% da população, teatros, museus, valiosos artistas, poetas, escritores e músicos, e os gestores preferem fazer buracos em paredes de quase 300 anos.

Afinal, quando a cidade vai acordar para a realidade? Ou ser o metro quadrado mais caro do Brasil é suficiente para continuar produzindo a alegria e a festa dos mercadores imobiliários?

Retirar a Fundação do Forte Santa Bárbara é a sátira de uma cidade que sepulta a sua história, vive de espetáculos e alimenta um falso título de qualidade de vida.

(DC, 18/03/2013)

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