Parece que as obras do novo terminal de passageiros do Aeroporto Internacional Hercílio Luz, em Florianópolis, vão decolar finalmente. Semana passada, começaram a ser feitas as primeiras perfurações de solo para o estaqueamento do futuro prédio, que terá 35,8 mil metros quadrados e capacidade para atender a 6,7 milhões de usuários por ano. Esta etapa do trabalho, que inclui também aterro e terraplenagem, deve estar concluída em setembro, segundo o engenheiro por ela responsável.
Fixar datas para a conclusão das diversas etapas da construção do novo terminal aéreo de Florianópolis não é prudente, eis que até hoje todos os prazos foram atropelados, apesar da urgência da obra. O aeroporto, que de “internacional” só tem a designação, há muito foi superado pela demanda de passageiros, e também não oferece serviços de aceitável qualidade aos usuários.
Imprescindível ao funcionamento do futuro aeroporto, a duplicação da Avenida Diomício Freitas, que a ele dará acesso, e cuja ordem de serviço foi assinada somente em meados de janeiro, ainda está em fase embrionária, e sequer as desapropriações necessárias foram concluídas. Dificilmente o prazo de conclusão, fixado para junho de 2014, será honrado. Também remanescem problemas detectados pelo Tribunal de Contas do Estado.
Para “refrescar a memória”: desde 2004 – e lá se foram oito anos –, quando a Infraero apresentou o primeiro projeto do terminal, as alterações do cronograma das obras têm sido constantes. A inauguração já foi prometida para 2008, depois para 2010, e, mais tarde, para o fim do ano passado. Cumprir cronogramas e honrar prazos, a propósito, nunca foi uma característica da nossa empedernida burocracia estatal.
Para um Estado que já recebe mais de 22 milhões de visitantes por ano, no qual o turismo responde por 13% do Produto Interno Bruto (PIB), e é apontado como um dos destinos turísticos preferenciais do país, o grau de decrepitude a que chegou o aeroporto da Capital chega a ser humilhante.
As reclamações a este respeito são unânimes. A situação vale, igualmente, como mais um signo do descaso com que o poder público federal costuma tratar as mais legítimas reivindicações de Santa Catarina, a exemplo da duplicação da rodovia BR-101 Sul, cujas obras também se eternizam.
O início do trabalho de estaqueamento do futuro terminal acende uma luz de esperança para que a obra desta vez decole para valer, esperando-se que, a partir de agora, passe a voar em “céu de brigadeiro”. O novo Aeroporto Internacional Hercílio Luz é uma obra essencial ao desenvolvimento econômico de Santa Catarina, obra que não pode mais ser retardada, e precisa, o quanto antes, sair do rol das promessas para produzir efeitos na vida real. A construção do novo Aeroporto Internacional Hercílio Luz é uma obra essencial ao desenvolvimento econômico de Santa Catarina.
(DC, 07/03/2013)
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