Antes em alerta, os órgãos de Segurança Pública começaram a reação à série de ataques desencadeados desde a noite de quarta-feira, quando um ônibus foi incendiado em Camboriú. Até a meia noite de quinta-feira, oito ataques a ônibus foram registrados, além de uma mercearia e um carro incendiados em Itajaí e uma granada caseira arremessada na Delegacia da Polícia Civil, em Camboriú.
Em Florianópolis, por volta das 22h40min de quinta-feira, dois rapazes colocaram fogo em um ônibus da Transol no Bairro João Paulo, furando o esquema de prevenção que a polícia militar vinha desenvolvendo ao longo do dia. De acordo com o comandante do 4º Batalhão, tentente-coronel Araújo Gomes, oito regiões da Ilha estavam sob observação, com escoltas à paisana aos ônibus e outras medidas não divulgadas.
— Nós estávamos em alerta. A partir de agora vamos diminuir o número de linhas, intensificar a segurança em regiões específicas, nos terminais e retomar as escoltas — sinalizou o comandante, minutos depois do primeiro ataque registrado na Capital.
Independente dos autores da ação, a noite de quinta-feira fez os moradores de Florianópolis reviverem o clima instaurado na cidade durante os ataques de novembro do ano passado, quando o Primeiro Grupo Catarinense (PGC) comandou uma série de atentados por três dias em represália à linha-dura da direção da Penitenciária de São Pedro de Alcântara.
Pela Avenida Beira-Mar Norte, a principal da Capital, veículos com sirene aberta passavam de um lado a outro, a toda velocidade, com giroflex acionados. O voo do helicóptero por sobre os prédios também compunha o cenário que confirmava o reinício da onda de ataques do crime organizado.
Em pelo menos quatro pontos da cidade havia fiscalização militar na Capital. Embora não admitam que é uma estrategia para responder mais rapidamente a atentados em Florianópolis, os PMs realizaram, na noite desta quinta-feira, quatro barreiras na cidade, na ponte Pedro Ivo Campos, na Prainha, no bairro Agronômica e na Avenida Mauro Ramos. No terminal da Trindade, o acesso e a saída de ônibus foi interrompida quase no mesmo horário, sem explicação aos passageiros.
No Centro, houve pedido por parte da administração da empresa Insular para que as linhas em direção ao Sul da Ilha fossem escoltadas.
Pouco depois da uma da manhã, todos os ônibus das empresas Insular, Canasvieiras e Transol foram recolhidos às respectivas garagens.
Operações pontuais em Balneário Camboriú
A PM de Balneário Camboriú fez algumas rondas onde há mais prioridade de escoltas e fez operações pontuais durante a noite, com o reforço de efetivo de Blumenau e Brusque.
Áreas consideradas vulneráveis foram alvo de uma operação da Polícia Militar (PM) nesta quinta-feira à tarde, em Camboriú. Em terra e pelo ar, com o auxílio do helicóptero Águia, policiais mapearam áreas com elevados índices de criminalidade e as possíveis rotas de fuga usadas por criminosos. A operação ocorreu nos bairros Monte Alegre, Tabuleiro e Conde Vila Verde.
Polícia Militar de Gaspar orienta empresas de ônibus
Em Gaspar, no Vale do Itajaí, onde dois ônibus foram atacados na madrugada de quinta-feira, a Polícia Militar se reuniu com representantes das duas empresas responsáveis pelo transporte coletivo na cidade.
As empresas Alto Viação do Vale e Viação Verde Vale foram orientadas a deixarem os ônibus, no final da noite, nas próprias garagens e não nas casas dos motoristas, como ocorria em alguns casos. As empresas também vão contratar seguranças particulares.
Comandante da PM diz não haver motivo para pânico
O comandante geral da Polícia Militar em Santa Catarina, coronel Nazareno Marcineiro, afirmou, um dia após o início da nova série de ataques no Estado, que os cinco atentados ocorridos na noite de quarta-feira e madrugada de quinta-feira, no Litoral Norte e Vale do Itajaí, não eram motivos para se gerar pânico e desespero no Estado.
Após reunião com todos os comandantes regionais, de batalhões, unidades especializadas, inteligência e de apoio, ele disse que haverá reforço de efetivo em lugares críticos e também nas linhas de ônibus como prevenção a novos ataques.
Depois dos novos ataques na Grande Florianópolis, até às 1h41min de sexta-feira, Nazareno não havia se pronunciado.
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