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Segurança: Propostas para Santa Catarina

Painel promovido pelo Grupo RBS lançou a discussão em torno do futuro reservado ao Estado após as duas ondas de violências registradas em Santa Catarina num período de quatro meses

Construção de novas prisões, treinamento e qualificação dos agentes penitenciários, fiscalização e denúncia imediata de casos de tortura, aumento do efetivo policial, fortalecimento de serviços como disque-denúncia, ocupação de jovens e prevenção às drogas. Todas as medidas acima foram discutidas e elencadas como prioritárias no enfrentamento do crime organizado no Estado por participantes do Painel RBS em Santa Catarina, que abordou a segurança pública em sua primeira edição de 2013, na manhã de ontem, nos estúdios da TVCOM em Florianópolis.

O programa durou uma hora e meia e teve participação do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. O governador Raimundo Colombo, um dos debatedores convidados, relatou os pontos que considera fundamental para o Estado continuar a ofensiva contra criminosos e também fez uma análise da situação após duas ondas de ataques nos últimos quatro meses.

Ao vivo, direto de Brasília, o ministro da Justiça considerou o sistema prisional como a raiz do problema e foi seguido no mesmo raciocínio pelo comentarista de segurança da TV Globo, Rodrigo Pimentel, um dos participantes. Cardozo reconheceu o problema e criticou as condições das cadeias brasileiras, ao mesmo tempo em que defendeu ações fortes na área para o alcance de resultados positivos.

– As condições são péssimas. Não podemos esconder essa realidade do país. A sociedade não gosta muito de prisões nas cidades. Eu preferiria construir escolas, mas temos de nos conscientizar que nossos presídios não podem continuar como estão – declarou.

Origem dos ataques no sistema prisional

O comentarista Rodrigo Pimentel disse que os atentados registrados em Santa Catarina, Rio de Janeiro, São Paulo e em Vitória tiveram origem no sistema prisional. Ele avaliou que é necessário estudar a fundo as causas das ocorrências, pois nem todos os ataques seriam obra do crime organizado.

Para Pimentel, os primeiros ataques partiram de unidades prisionais, mas depois pode ter havido o chamado efeito “Al-Qaeda”, que ocorre quando outras pessoas produzem os fatos para causar insegurança, sem ter associação direta com facções criminosas.

O presidente da OAB/SC, Tullo Cavallazzi Filho, que também foi um dos debatedores, ressaltou a importância da fiscalização, apuração e punição das denúncias de maus-tratos nas prisões.

No terceiro e último bloco, o governador Colombo disse que será mantido o gabinete de crise para monitorar os atentados e listou ações que estão sendo tomadas. Ele se mostrou preocupado com a atuação de adolescentes servindo de massa de manobra para organizações criminosas e anunciou o começo das obras do novo centro de atendimento socioeducativo da Grande Florianópolis (antigo São Lucas), em São José. Colombo prometeu ainda a abertura de 6.436 vagas no sistema prisional, instalação de 3 mil câmeras de videomonitoramento e a contratação de 1,5 mil policiais e 300 agentes penitenciários nos dois próximos anos.

(DC, 27/02/2013)

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