Depois da queima de ônibus no Vale do Itajaí e Litoral Norte, atentados chegaram à Grande Florianópolis
O incêndio de um ônibus no Bairro João Paulo, às 22h30min de ontem, colocou Florianópolis no cenário da retomada dos atentados terroristas em Santa Catarina. Ele foi o primeiro de uma série de ataques feitos na Grande Florianópolis na noite de ontem – dois ônibus em Palhoça e pelo menos um em Ingleses.
Os ataques recomeçaram às 22h de quarta-feira, em Balneário Camboriú, também em um ônibus, e tiveram sequência na mesma noite em Itajaí, com uma viatura parcialmente danificada por um coquetel molotov e um bar atingido por chamas, seguido de mais dois veículos do transporte coletivo destruídos pelo fogo, no município de Gaspar.
O ataque de ontem em Florianópolis atingiu um coletivo da empresa Transol que fazia a linha Saco Grande via João Paulo. O incidente ocorreu na Rodovia João Paulo, na parada em frente ao Hotel Maria do Mar.
Segundo relatos de uma passageira, havia uma dezena e meia de pessoas dentro do ônibus, além do motorista e cobrador. Dois rapazes armados entraram no veículo e pediram que o motorista desligasse o motor e abrisse a porta traseira para que todos descessem. Ninguém saiu ferido do episódio.
Ainda conforme esta testemunha, que pediu para não ser identificada, em menos de um minuto toda a carcaça do veículo acabou tomada pelas chamas. A dupla teria fugido em uma motocicleta em direção ao Centro, dando início, a partir dali, a uma caçada incessante das polícias Militar e Civil, que contaram com o auxílio de um helicóptero.
Em Ingleses, um ônibus foi incendiado na rua Dário Manoel Cardoso, perto do Costão Golfe Clube.
Comandante do 4o Batalhão da Polícia Militar, o tenente-coronel Araújo Gomes informou que desde a quarta-feira as medidas de segurança estavam intensificadas.
– Durante o dia, ficamos em alerta, com escoltas à paisana em linhas pela cidade. O próximo passo será a diminuição de linhas e um reforço na segurança de terminais e no trajeto dos ônibus – disse ontem após o primeiro ataque.
Ontem ainda, o secretário de Segurança Pública, César Grubba, também confirmava o estado de alerta. Segundo ele, não havia qualquer relação com o Primeiro Grupo da Capital nem com os atentados de novembro de 2012.
Independentemente dos autores da ação, a noite de ontem fez moradores de Florianópolis reviverem o clima instaurado na cidade durante os ataques de novembro do ano passado, quando o Primeiro Grupo Catarinense (PGC) comandou uma série de atentados por seis dias em represália à linha-dura da direção da Penitenciária de São Pedro de Alcântara.
Pela Avenida Beira-Mar Norte, veículos com sirene aberta passavam de um lado a outro, a toda velocidade, com giroflex acionados. O voo do helicóptero por sobre os prédios também compunha o cenário que confirmava o reinício da onda de ataques do crime organizado.
(DC, 01/02/2013)
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