Um vazamento de aproximadamente 12 mil litros de óleo de transformadores de centro de treinamento desativado da Celesc (Centrais Elétricas de Santa Catarina), na Tapera, no Sul da Ilha, mobilizou na tarde desta quarta-feira (19) Bombeiros, Defesa Civil e Fatma (Fundação do Meio Ambiente). O óleo que estaria vazando há mais de uma semana no local, que hoje pertence à UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), já teria atingido o lençol freático, dois córregos próximos ao local e existe risco de chegar ao mangue. Alguns animais, como cobras, foram encontrados mortos nas imediações.
Segundo o comandante de área dos Bombeiros que está no local, tenente Fernando Ireno, o foco neste momento é conter a propagação do óleo. Ainda não se sabe se é de origem mineral, que não ofereceria tantos riscos ao meio ambiente, ou ascarel considerado altamente tóxico e derivado do petróleo. “A princípio se trata de óleo mineral, mas não podemos afirmar. A Fatma recolheu uma amostra para avaliação”, explicou.
Boias estão sendo colocadas pelos bombeiros nos córregos afetados para impedir que a grande quantidade de óleo chegue ao mangue. A drenagem do solo também está sendo realizada. “Inicialmente vamos tratar da contenção do vazamento para depois buscarmos uma alternativa para remover todo este óleo. Ainda não podemos precisar a magnitude dos estragos”, contou Ireno.
Os bombeiros retomam os trabalhos de contenção nesta quinta-feira. Há possibilidade de que a produção de ostras e mariscos da região seja prejudicada.
Furto de peças de cobre teria originado vazamento
O furto de peças de cobre de transformadores teria dado início aos vazamentos, segundo informações preliminares dos Bombeiros. “Tem uma peça que fica na parte de trás dos transformadores, conhecida como bujão, e ela foi retirada. Este óleo pode estar vazando há uma semana ou até mesmo há um mês. Só ficamos sabendo nesta terça-feira”, relatou o tenente.
O local onde ocorreu o vazamento era um centro de treinamento da Celesc e foi permutado pelo Governo do Estado em projeto de ampliação do aeroporto Hercílio Luz. A área hoje pertence à UFSC, segundo a assessoria de comunicação da Celesc. A Agecom (Agência de Comunicação da UFSC) foi contatada e ficou de se manifestar sobre o assunto.
(ND, 20/12/2012)
Maricultura em alerta com vazamento de óleo na Ilha
Acidente ecológico foi originado numa subestação desativada da Celesc e material, que pode ser tóxico, chegou até o mangue
A extração de mariscos e berbigões, atividade comum no Sul da Ilha, pode estar comprometida pelo vazamento de 11,6 mil litros de óleo de uma subestação desativada da Celesc, na Tapera, próxima ao Ribeirão da Ilha, onde estão as maiores fazendas de ostras de Florianópolis.
Um canal que chega ao mangue foi atingido. As margens foram queimadas, a água se tornou avermelhada e um forte cheiro é exalado. No local foram encontradas cobras e caramujos mortos. O óleo escorreu, infiltrou no chão, atingiu o lençol freático e chegou ao canal artificial. Foram dois vazamentos, um de 9,1 mil litros e outro de 2,5 mil. Bombeiros e técnicos da Defesa Civil municipal estiveram no local e isolaram a área.
Laboratórios da UFSC, para quem a substação onde ocorreu o incidente (chamada de Fazenda Experimental Ressacada) foi repassada, e da Fundação do Meio Ambiente (Fatma), colheram amostras e dentro de dez dias deve sair o resultado dos laudos.
Segundo a Celesc, o óleo é natural. Mas os tanques onde ficam os transformadores, e a origem do vazamento, recebem um óleo isolante do tipo nafitênico. Se for comprovado ser esse óleo, os riscos à saúde da biodiversidade da região são bem maiores.
– Ascorel é um óleo tóxico que nos faz tomar todas as providências, inclusive com máscaras e luvas para impedir contaminação – explicou o coordenador da Defesa Civil de Florianópolis, Luiz Eduardo Machado.
Problema foi causado após o roubo de peças
O problema teria começado em novembro, mas somente ontem um vigilante percebeu. Algum vândalo entrou no local para roubar peças que imaginou serem de cobre. Em 19 de novembro houve registro do furto da peça que serve para fechar os equipamentos.
– Tomamos as medidas emergenciais para isolar a área atingida com boias. O passo seguinte será usar bombas de sucção para retirar o produto tóxico da vala – explicou o tenente Fernando Ireno Oliveira, do Corpo de Bombeiros.
Para o tenente, são duas as prioridades: análise do nível de contaminação e identificação do produto.
– Mas o mangue foi atingido.
A fazenda foi repassada pela UFSC, mas ainda serve para treinamento da Celesc. As duas instituição devem entrar em um acordo sobre as responsabilidades de cada um.
(DC, 20/12/2012)
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