Os projetos definidos pelo governo para estudo mais aprofundado de viabilidade contemplam travessia com embarcações
O transporte marítimo finalmente figura como uma das opções que deverão ser adotadas para amenizar os problemas diários de congestionamentos no trajeto Ilha-Continente. A via de locomoção pelo mar aparece nas três propostas milionárias de consórcios escolhidas e autorizadas ontem pelo governo do Estado para a produção de estudos aprofundados.
As outras alternativas que estão interligadas são os corredores de ônibus (BRT), teleférico e até carrinhos elétricos que são usados no transporte de passageiros aos terminais no aeroporto de Heathrow, em Londres, na Inglaterra.
Aqui, os carrinho elétricos seriam conectados a um monotrilho para fazer deslocamentos em áreas não necessariamente entre Ilha-Continente, mas em pontos que contribuíssem para a mobilidade urbana da região.
As três propostas foram definidas após reuniões na tarde de ontem na SC Parcerias, no Centro Administrativo. Primeiro, representantes das sete empresas que apresentaram as alternativas mostraram os seus projetos. Depois, os integrantes do comitê gestor do governo fizeram uma análise e escolheram três delas para seguir com os estudos técnicos.
Concorrem empresas de outros estados e do Exterior
Os consórcios são de empresas de outros estados e até do Exterior. Uma delas é a do ex-governador do Paraná e ex-prefeito de Curitiba, o arquiteto Jaime Lerner. O governo do Estado informou que elas têm agora 120 dias para apresentar os estudos finais de viabilidade econômica e ambiental e que nessa etapa não há recurso público envolvido.
Os valores divulgados de cada projeto são os que os consórcios projetam aplicar caso sejam escolhidos após a concorrência pública.
O presidente da SC Parcerias, Paulo César da Costa, disse que foram levados em conta na escolha as ideias que tenham menor contrapartida do Estado, de transporte de massa e com rapidez de solução do problema da mobilidade urbana.
– Podemos até fazer uma composição das três propostas e levar para a licitação. As três empresas também poderão participar da licitação, mas agora essa escolha não significa dizer que elas serão as escolhidas – afirmou Costa.
Hoje, o governo acredita que será possível amenizar em até um terço os problemas atuais de congestionamento entre a Ilha e Continente com esse projeto posto em prática e a Ponte Hercílio Luz novamente sendo utilizada para o tráfego.
Embora os prazos referentes a mobilidade da região tenham sido arrastados e pouco cumpridos nos últimos governos estaduais, o presidente da SC Parcerias arriscou para o final de 2014 o término dessas obras.
A travessia entre Ilha-Continente vem sendo debatida nos últimos anos como forma de melhorar a mobilidade urbana da Capital e Grande Florianópolis. Entre propostas anteriores a esta fase, foram apresentados projetos que poderiam ser desde a construção de uma nova ponte ou de um túnel submarino. Sendo as ligações destinadas também ao transporte coletivo.
(DC, 13/12/2012)
Reunião com novos prefeitos
Em janeiro, o governo do Estado pretende reunir os prefeitos eleitos na Grande Florianópolis para discutir as escolhas mais viáveis nesta nova tentativa de resolver o crônico problema da falta de mobilidade urbana na ligação Ilha-Continente.
Outra iniciativa será efetivar pesquisas de origem e destino na Grande Florianópolis do transporte. Há um consenso que a iniciativa não resolverá totalmente a questão e que num segundo momento outras alternativas devem ser estudadas.
O secretário de Infraestrutura, Valdir Cobalchini, disse que as escolhas foram satisfatórias e destacou o foco no transporte marítimo.
– Observamos que é uma tendência como solução e até porque vem sendo colocado pela opinião pública – ressaltou Cobalchini.
Desta vez, o governo do Estado adotou discrição e tom informal para anunciar as três propostas escolhidas. Não houve entrevista coletiva previamente agendada.
Entre os presentes nas reuniões, no Centro Administrativo, apenas Cobalchini e o presidente da SC Parceiras permaneceram ao final para conversar com os jornalistas. Foi, então, que revelaram as opções escolhidas em entrevistas rápidas, sem apresentação de vídeos dos consórcios ou divulgação completa das propostas.
Foram permitidas apenas reproduções de algumas das imagens dos estudos. Eles repassaram os nomes dos consórcios e os valores, mas sem antecipar quais as rotas, os prazos de execução ou curiosidades que começarão a surgir com a proposta que será a vencedora para a travessia.
(DC, 13/12/2012)
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