Papo Cabeça com Eugênio Neto

Da coluna de Carlos Damião (ND, 01/12/2012)

“Turismo não é só verão, Réveillon e Carnaval”, diz o presidente do Florianópolis e Região Convention & Visitors Bureau

A capital catarinense prepara-se para mais uma grande temporada de veraneio. Mas felizmente a atividade turística não depende mais apenas do calor. A cidade está hoje entre os destinos mais procurados para a realização de eventos nacionais e internacionais. Eugênio Neto, presidente do Florianópolis e Região Convention & Visitors Bureau, destaca a quebra da sazonalidade como um dos fatores mais importantes para o turismo. E diz o que espera do novo prefeito, Cesar Souza Júnior, quanto às políticas institucionais para o setor.

Qual o nosso potencial de mercado hoje na área turística (não só temporada, mas eventos)?

Há um potencial enorme e em franco crescimento. Estamos muito bem representados no setor de serviços e isso ajuda em demasia o nosso legado, que é a quebra da sazonalidade. Com a infraestrutura que temos já estamos conseguindo manter uma agenda de eventos o ano inteiro. E nosso papel é justamente esse, de fomentar cada vez mais eventos e distribuí-los durante todo o ano.

Somos mesmo top na área de eventos?

Somos top, sim. Estamos em quarto lugar no ranking da ICCA, a associação internacional de congressos e convenções. Ficamos atrás de São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador, e empatamos com Brasília na recepção de eventos internacionais. Também somos uma das cidades mais procuradas para eventos nacionais. Além das belezas naturais, temos bons hotéis, centros de convenções e prestação de serviço de qualidade.

E a temporada 2012/2013? Qual a expectativa do trade?

Expectativa é de crescimento, como acontece todo ano. Porém, queremos um crescimento ordenado, pois a cidade só é boa para o turista se for boa pra quem vive nela. A expectativa é grande principalmente pelo fato de entrarmos com uma nova gestão e o prefeito eleito é um ex-secretário estadual de turismo. Acreditamos que isso vai facilitar o relacionamento por ele já entender muito do setor e saber das necessidades e melhorias que precisam ser atendidas.

O que precisa melhorar do ponto de vista institucional (secretaria municipal, governo) para a atividade turística?

A secretaria municipal de turismo não pode se ater apenas a festas como Carnaval e Réveillon. Promoção e divulgação da cidade precisa de mais atenção. Não temos um mapa padrão nem pontos de informações turísticas adequados. É difícil criar uma política de continuidade a um projeto turístico quando em oito anos trocamos oito secretários municipais de turismo e com um orçamento muito restrito. Turismo é a segunda economia da cidade. A iniciativa privada deu o impulso no setor, mas o poder público pode ajudar para que se faça muito mais.

Com relação aos recentes atentados do crime organizado, os empresários estão preocupados com a possibilidade de uma nova onda de vandalismo?

Sem dúvida isso nos preocupa. Os três argumentos do Florianópolis e Região Convention & Visitors Bureau na venda e defesa da cidade são sempre as belezas naturais incomparáveis, a ótima infraestrutura e a segurança. Esperamos que isso não volte a ocorrer, pois prejudica – e muito! – a imagem da nossa cidade.

Quais as perspectivas do nosso turismo para os próximos anos?

São as mais otimistas possíveis. Se já fizemos tanto com a iniciativa privada, imagina o que faremos se tivermos o apoio do governo municipal. A cidade vai continuar crescendo e cada vez mais se posicionando no mercado nacional e internacional. Vamos fortalecer a imagem de Florianópolis no cenário internacional, começando pelo mercado latino americano. Hoje todos querem vir pra Florianópolis, e não podemos desprezar essa oportunidade.

Capacitação

Ainda na entrevista que nos concedeu, Eugênio Neto destacou que mega eventos como a Copa das Confederações, Copa do Mundo e Olimpíada, Florianópolis estarão no roteiro dos visitantes estrangeiros: “A capacitação dos profissionais do turismo é fundamental, e contamos com o apoio do Sebrae-SC para qualificar os profissionais do setor”.