Relatório da Fatma mostra que número de trechos contaminados diminuiu em relação ao ano passado
Com o início da temporada de análises, começa também o troca-troca das placas que informam sobre a qualidade das águas no litoral de SC. É que a partir de agora, a Fundação do Meio Ambiente (Fatma) passa a divulgar boletins semanais sobre as condições das praias, se estão ou não próprias para banho.
O primeiro relatório para o verão aponta que um a cada quatro pontos analisados deve ser evitado pelos banhistas. Ao todo, foram registrados 43 trechos impróprios, cinco a menos do que havia no mesmo período do ano passado.
De acordo com o gerente de Pesquisa e Análise de Qualidade da Fatma, Haroldo Dias, a queda no número de pontos impróprios para banho se deve, principalmente, por um novembro menos chuvoso. Ele explica que as chuvas funcionam como agravante para os índices negativos, isso porque ajudam a carregar efluentes para as águas. Por outro lado, o número inferior representa, segundo ele, um período de estabilidade dos índices de balneabilidade. O especialista acredita que até o final da temporada, em março, a quantidade de pontos impróprios deve se equiparar à do ano anterior.
Conforme o primeiro boletim para este verão, a maioria dos pontos considerados como impróprios está concentrada em Florianópolis. São 17 locais sem condições de banho na Capital, três a mais do que o registrado pela fundação no mês de novembro. Quatro deles estão localizados na Lagoa da Conceição e o restante se divide entre as praias da Armação, Saudade, Canasvieiras, Ponta das Canas, Balneário, Bom Abrigo, Jardim Atlântico, José Mendes, Matadouro, Praia do Meio, Ingleses e na Beira-Mar Norte.
Elson Santos, membro do Conselho de Saneamento e assessor técnico da comissão que discute a problemática da bal- neabilidade, utiliza a rede de tratamento de esgoto como principal argumento para explicar a quantidade de pontos registrados como impróprios para banho. Em Florianópolis, somente 55% do esgoto recebe tratamento. E, ainda assim, não se pode garantir que metade da população seja atendida. É que, segundo Santos, apesar de a rede existir, nem todas as residências da área de cobertura estão conectadas ao tratamento.
– Não temos ainda como medir com números, mas podemos afirmar, através das fiscalizações, que dentro da rede de cobertura existem ligações clandestinas. Não sabemos se por negligência ou falta de conhecimento – diz Elson Santos, lembrando que estão sendo discutidas pelo Conselho medidas que punam moradores de residências sem ligação adequada – uma dessas medidas seria o corte de água.
A análise realizada pela Fatma compreende uma faixa de mais de 500 quilômetros de praia. Ao todo, são colhidas amostras da água de 195 pontos, em 27 municípios do litoral catarinense.
Boletim eletrônico completo no site todas as sextas-feiras
A divulgação dos relatórios de bal- neabilidade será sempre às sextas-feiras. Será assim até março, depois volta ao esquema de análise mensal. Para ter acesso às informações, os veranistas não precisam esperar para chegar até os locais onde as placas estão instaladas. Todas as informações estarão disponíveis no site da Fatma (www.fatma.sc.gov.br).
(DC, 14/12/2012)
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