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25/10/2012
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Mobilidade Urbana

Artigo de Opinião RBS (DC, 25/10/2012)
O principal desafio das grandes metrópoles e cidades brasileiras de maior porte, nos próximos anos, é a questão da mobilidade urbana. Florianópolis ostenta hoje o indesejável título de segundo núcleo urbano com a pior mobilidade do mundo. Os congestionamentos desencadeiam-se em cascata, e se estendem pela região metropolitana afora, praticamente paralisando-a por horas a fio nos horários de pico. Cenário que degrada a qualidade de vida dos moradores, submetendo-os a estresse constante nos seus deslocamentos, e provoca prejuízos de monta em todos os segmentos da economia. Os mais de 800 mil habitantes da capital dos catarinenses e seu entorno são vítimas deste problema em grau agudo e insuportável. Uma situação que já ultrapassou o limite aceitável e exige respostas imediatas.
As propostas e promessas de soluções são muitas e antigas. Mas apenas propostas e promessas não operam transformações no mundo real. A maioria delas acena para a construção de novas vias radiais, viadutos, túneis, elevados, etc. No contexto, a construção do contorno viário de Florianópolis assume importância maiúscula. Uma obra cuja urgência foi mais uma vez destacada em artigo publicado terça-feira, nesta mesma página, pelo presidente da Associação Comercial e Industrial de Florianópolis, empresário Doreni Caramori Jr. Entretanto, sem novas alternativas para dotar a cidade e região de um eficiente serviço de transporte de massas, com novos modais, por mais dinheiro que se gaste em obras viárias e por mais concreto que se derrame para tirá-las do chão, nada será resolvido.
A proposta apresentada para a implantação de um metrô de superfície, que utilizaria as pontes Pedro Ivo e Colombo Salles, ou um vão que seria construído entre ambas, parece atraente. O projeto, apresentado esta semana ao governador Raimundo Colombo, prevê a redução de 35% a 45% dos 120 mil veículos diários que circulam entre a Ilha e o Continente. O metrô de superfície ou VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) é um pequeno trem urbano, geralmente movido a eletricidade, usado com eficiência em muitas cidades mundo afora.
Na Capital e região, ele funcionaria combinado a outros modais, inclusive ao transporte marítimo, até hoje “encalhado” na burocracia empedernida. A proposta da empresa portuguesa Logistel soma-se a outras 12 que sugerem uma nova ligação entre a Ilha e o Continente. No papel, elas nada valem – repita-se. Sem investimentos em transportes alternativos e integrados para desestimular o uso do transporte individual – somente em Florianópolis são licenciados cerca de 1,8 mil novos veículos por mês –, sem ações concretas e rápidas a questão da mobilidade se agravará rapidamente, para tormento da cidadania e prejuízos irrecuperáveis à economia.
Que o governo estadual e os novos prefeitos que assumirão o comando dos municípios da região conurbada honrem a prioridade que, em seus discursos, conferiram a este problema de magnitude ímpar.

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