A proposta de ligação entre a região continental e a Ilha de Santa Catarina apresentada pelas empresas paulistas Engevix/Paulitec ao governo catarinense contempla o sistema de trânsito da Grande Florianópolis em sua totalidade. O projeto prevê a criação de um aterro hidráulico, de uma ponte estaiada e de um viaduto, este já sobre a BR-101, beneficiando a região. No total, a empresa realizou quatro estudos, sendo considerado este o mais viável.
As empresas Engevix/Paulitec planejam a construção de um aterro de 8.000 metros, do bairro Estreito até a Beira-mar Continental, no Centro da Capital. Um viaduto de 200 metros sobre a BR-101 desafogaria o trânsito naquela região. A ponte estaiada de 1.000 metros de comprimento seria instalada ao norte da Ponte Hercílio Luz e desembocaria no final da avenida Beira-mar Norte.
Em toda a extensão, estão previstas quatro pistas de rolamento, sendo duas de uso exclusivo para ônibus do tipo BRT (Bus Rapid Transit). De acordo com a proposta, seria implementada uma área de embarque e desembarque no padrão BRT, além de infraestrutura para bicicletário, banheiros e bilheterias. A proximidade com o mar permitiria, numa segunda etapa, a implantação de modal transporte aquaviário.
A interligação feita por uma ponte estaiada seria vantajosa por não utilizar tantos pilares, o que evitaria problemas de execução. Os projetistas destacam ainda que esse formato de ponte é moderno e tem aliados estéticos.
O aterro facilitaria a ligação com a BR-101, levando em consideração uma melhoria no trânsito do bairro Barreiros, em São José. Outro ponto positivo, segundo os especialistas da empresa, é a valorização imobiliária de toda a região continental, o que favoreceria o turismo.
A empresa foi contatada para falar a respeito do processo, entretanto, a assessoria de imprensa sinalizou que por estar em processo de escolha, a Engevix/Paulitec não se pronuncia sobre o assunto. Todas as informações sobre a sugestão da empresa foram retiradas do projeto apresentado ao Estado.
Solução para congestionamentos
Para concretizar o projeto, os responsáveis pela empresa realizaram um estudo de tráfego. Segundo as estatísticas há uma previsão que 40% do fluxo de veículos seria desviado para a nova ligação. “Essa seria a proporção de usuários que atualmente usam as pontes e a via expressa para ir e vir de bairros como Estreito, Fátima e municípios de São José e Biguaçu”, constaram os técnicos.
Na projeção, a nova forma de chegada à Ilha de Santa Catarina seria inaugurada em 2018. Por ano, há um crescimento estatístico de 4% de tráfego no local.
Investimento de mais de R$ 1,5 bilhão
Apesar das vantagens, alguns problemas são previstos para a execução da obra, que inclui ponte estaiada e aterro. O primeiro, segundo o próprio trabalho apresentado, está no alto custo da obra, avaliado em R$ 1.504.546.928,32. Deste valor, calcula-se um investimento de R$ 3 milhões no pagamento de desapropriações.
O segundo aspecto complicador é o prazo de execução da obra de quatro anos, de acordo com Engevix/Paulitec.
Principais pontos
Empresa: Engevix/Paulitec
Projeto: Ponte estaiada na ligação Ilha-continente de Santa Catarina
Características
Implantação de via sobre aterro hidráulico, com quatro pistas em cada sentido, desde a BR-101 ao Norte até o Estreito (Beira-mar Continental), com extensão de 7.000 metros.
Travessia Ilha-continente com ponte estaiada ao norte da Ponte Hercílio Luz, ligando a Beira-mar Continental à Beira-mar Norte no lado insular.
Linha expressa de ônibus (BRT) com faixas exclusivas e ininterruptas.
Projetos para quarta ligação
Desde o fim de semana (11 e 12 de agosto), o jornal Notícias do Dia apresenta, com detalhes, cada um dos 12 projetos para novas ligações entre Ilha de Santa Catarina e a região continental. Participam 11 empresas de construção e planejamento de nível nacional e internacional e uma engenheira recém-formada pela UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina). Essas propostas foram apresentadas pelo Governo do Estado no dia 30 de julho. Todas foram enviadas de forma gratuita ao poder público e, uma delas (ou uma junção de várias), se transformará no projeto final para o novo sistema de transporte na Capital. O governo tem até setembro para definir qual a melhor forma para ligação.
(ND, 15/08/2012)