Cegos pedalam com segurança

Projeto Novos Horizontes, na Capital, agrega voluntários que compartilham passeios de bicicleta com quem não enxerga
O massoterapeuta Artur Mantelli Filho, 58 anos, toda semana pratica natação, vai à academia e, aos sábados, pedala cerca de 40 quilômetros. Parece simples? Nem tanto. Artur é deficiente visual e ganhou toda esta disposição depois que passou a integrar o grupo Novos Horizontes, um projeto que leva cegos para pedalar uma vez por semana em diversos roteiros de Florianópolis.
O projeto, iniciado no ano passado, está em busca de novos condutores voluntários. Essas pessoas são os “olhos” dos deficientes visuais na hora de pedalar, conduzindo a direção da bicicleta. Apesar dessa procura, o projeto ainda está aberto a novos participantes.
Ricardo de Carvalho, 44 anos, é quem trouxe a ideia para a Capital. Quando ainda morava em Brasília, descobriu que com uma bicicleta Tandem (com dois assentos e dois guidões) poderia auxiliar quem sozinho não pode ter o prazer da pedalada. Em 2010, fechou uma parceria com a Associação para Integração do Cego (Acic) de Florianópolis, de onde vieram os três primeiros aventureiros. Entre eles estava Artur.
– Neste um ano e meio de projeto, já é possível perceber o quanto a qualidade de vida dos deficientes visuais melhorou – diz Carvalho.
Para Artur, que perdeu a visão aos 26 anos, os sábados são sagrados.
– Não há como explicar a sensação de liberdade ao pedalar com segurança, rodeado de pessoas especiais.
(DC, 06/08/2012)