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Arquitetos propõem linhas de BRT e transporte aquaviário para ligar Ilha e Continente

Focadas na ideia de melhorar o trânsito entre Ilha e Continente, 12 empresas apresentaram projetos no fim de julho ao governo do Estado. Participam da concorrência desde as grandes construtoras internacionais até uma recém-formada engenheira, que apres entaram soluções para a quarta ligação da Capital. Para permitir ao leitor conhecer e avaliar os projetos, o Notícias do Dia inicia neste fim de semana uma série especial detalhando cada uma das propostas. Essas ideias estão sendo avaliadas por uma equipe do governo do Estado, que tem até setembro para definir qual, ou quais, projetos são os mais viáveis.
Pela terra e pelo mar. Essa é a ideia do projeto apresentado pelo escritório do arquiteto Jaime Lerner, de Curitiba, que não prevê a construção de uma quarta ponte para a solução dos problemas do transporte. A intenção é desenvolver linhas troncais de superfície com BRT (Bus Rapid Transit, ou em português Ônibus de Transporte Rápido), que alimentariam estações de transporte aquaviário. No conceito utilizado por Lerner, está uma interligação entre os BRTs e o transporte pelo mar.
Para o modelo, o arquiteto buscou inspiração na cidade italiana de Veneza, em que vaporettos operaram no transporte de passageiros. “Nas linhas mais extensas, haverá ferrys ou catamarãs nos pontos de entrada na região para o transporte de carros e passageiros”, escreveu Lerner no documento que também é assinado pelo arquiteto urbanista Carlos Eduardo Ceneviva. Para a integração, haverá linhas de ônibus no Norte, Sul, área central da Ilha e na parte continental.
Nos arredores das saídas do transporte coletivo sempre haverá ligação com o transporte marítimo, seja por ferrys, catamarãs ou vaporettos. Na opinião do arquiteto, está explícita a necessidade de uma melhor mobilidade: “Em Florianópolis a mobilidade deve ser parte de uma proposta de uma estrutura de vida, trabalho e lazer”. Para ele, de um lado as distâncias são muito grandes na Ilha e no continente, o que tornam difíceis soluções isoladas. “Por outro lado, resolver o problema de mobilidade com mais pontes não é solução”, completou.
Custo de R$ 80,8 milhões
Segundo estudos do escritório de arquitetura paranaense, o custo total do investimento na execução integral de sua proposta seria 15 vezes menor do que o de uma quarta ponte. Para permitir a construção do sistema aquaviário e o de ferry boat, seriam gastos R$ 80,8 milhões.
Nos cálculos dos projetistas, essa operação de transporte se viabilizaria com uma tarifa de R$ 2,33. Seriam 32 embarcações por linha e 64 no total da frota. Para o ferry boat seriam adquiridas seis balsas, três por linha. Cada balsa sairia do ponto inicial a cada 16 minutos. A possibilidade do sistema de transporte projetado é de 57.600 passageiros por dia.
A alternativa proposta pelo escritório abrirá perspectivas de novas ocupações na região. A sugestão do arquiteto Jaime Lerner é a instalação de comércio e shoppings, destacando também os aspectos de proteção ambiental.
(ND, 11/08/2012)

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