Das 10 DPs com carceragens na região da Capital, apenas a de Biguaçu não sofre com a superlotação. Sem a menor condição de manter pessoas presas, os locais representam perigo tanto para quem está dentro quanto para os moradores do entorno, eternamente sob a ameaça de uma visita inesperada.
O vulto laranja pula o muro em segundos e corre pelo quintal da família Oliveira, em Ingleses, Norte da Ilha. A dona da casa, Claudete, 36 anos, fica “sem chão”. Em pânico, tem que pensar rápido em como proteger os filhos Felipe, 11 anos, e Renan, três.
A mãe tranca a porta da cozinha e disfarça o desespero para não traumatizar as crianças. Em seguida, vê em seu jardim um policial com uma arma na mão, atrás do preso fugitivo. A cena aconteceu de manhã, há um mês.
Aquela foi a terceira vez que um criminoso fugindo da polícia entrou na residência da cozinheira Claudete e do vigilante Claudiomir, 40 anos. Apenas um muro de menos de dois metros e sem proteção divide o quintal deles do pátio da 8a Delegacia de Polícia, onde funciona também a Central de Plantão Policial do Norte da Ilha. Duas celas sem estrutura abrigam presos, muitas vezes por dias e semanas.
Infância fechada no quarto com TV
Há 11 anos morando ali, a família vive um drama. O filho Felipe tinha seis anos quando um detento da delegacia invadiu o quintal. Desde então, faz as lições da escola com a janela do quarto fechada, com receio de ser surpreendido por um fugitivo. Passou a infância, nas horas de lazer, assistindo à TV. Tem medo de brincar no quintal. Só sai quando a mãe pede para ele cuidar do irmão. A mãe tem dificuldade em dormir porque costuma ficar sozinha com as duas crianças. O pai trabalha de madrugada preocupado com a família.
— O Felipe viu o preso fugir quando era pequeno e ficou dois dias sem sair de casa. Ele ficou traumatizado. O Renan adora brincar na areia, mas eu fico de olho nele. Imagina um preso fazer meus filhos reféns? — pergunta Claudete.
— Não sentimos segurança dentro da nossa própria casa. Quem está preso são eles (criminosos) e não as crianças. Acho que vou procurar o Conselho Tutelar — diz Claudiomir.
Outra vizinha da 8ª DP, Vera Lúcia da Silva, 47 anos, colocou a casa à venda. Ela mora ali há 25 anos, mas não aguenta mais o transtorno de viver a menos de 15 metros da delegacia. Se sente insegura e teme pela integridade das duas filhas.
— É comum os presos ficarem batendo na porta da cela e gritando. Uma vez, um deles berrou a madrugada inteira. Ele gritava: “Socorro! Ô, senhor, quero água!” — recorda Vera.
Naquela noite e em tantas outras, Vera não dormiu. E foi trabalhar cansada. Registrou boletim de ocorrência na própria 8ª DP e na 1ª DP. Disse que ninguém tomou providência e que cansa de ligar para a delegacia, mas sem resultado.
— Eu gosto muito daqui, não queria sair. São 25 anos. Mas a incomodação é muito grande — desabafa.
(DC, 07/07/2012)
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