Com um navio com 3000 passageiros atracado na cidade, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) calcula que os turistas deixem cerca de R$240 mil por dia na cidade. Vendo Florianópolis como um possivél ponto de atracagem, foi realizado na última terça-feira (26) na Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (ACIF) uma reunião com representantes do Governo do Estado, da própria ACIF, de entidades comerciais da capital, e da MSC Cruzeiros para firmar parcerias de fomento necessários para o turismo de cruzeiros. “Florianópolis sempre é lembrada quando fazemos pesquisas de novas rotas, e pretendemos fazer daqui um destino de cruzeiros não só nacionais, mas internacionais também”, salientou Márcia Leite, diretora operacional da MSC Cruzeiros.
De fato, a reunião aconteceu tendo em vista Canasvieiras como uma possível rota para os cruzeiros que passem pela ilha. A diretora Márcia, junto com comitiva do Governo e da ACIF, dirigiram-se após a reunião para o local e também para Porto Bello e Imbituba no continente a fim de verificarem o que já existe de infraestrutura. Antes da visita, entretanto, a representante da MSC explicou: “Em termos de infraestrutura a cidade ainda está fraca, insuficiente, mas não é um problema só de Santa Catarina, acontece o mesmo com o Brasil como um todo. Só em países do sul como Argentina e Uruguai foram feitas políticas públicas para fomentar esse tipo de negociação”.
Tendo em vista o investimento necessário para receber navios maiores, a diretora afirmou que a MSC Cruzeiros também ajuda financeiramente, em parceria com o governo local, na construção ou melhoria dos portos para atracamento.
A notícia agradou os presentes, e, entre eles o Secretário de Turismo de Florianópolis Vinicius Lummertz, que indicou as fases do desenvolvimento dessa parceria. “O nosso projeto de longo prazo é o da Santur para fazer a atracação dos navios, é um processo longo, caro; em médio prazo vamos conseguir a aprovação de R$ 1.500 mi para fazer os estudos definitivos para o melhor posicionamento do fundeio e do desembarque dos navios; e em curto prazo fazer as coisas no mundo real com todas as limitações que travaram o projeto em Florianópolis. Nós sabemos que até esse dinheiro chegar aos cofres da Prefeitura e forem iniciadas as obras estaremos no segundo ou terceiro ano do próximo prefeito.
O secretário também lembrou aos presentes os benefícios dos cruzeiros podem se estender por todas as atividades da ilha, não só para as regiões praianas. “Florianópolis é um destino que permite diversidade. Você pode passear na floresta, nas praias, pode surf, enfim podemos fazer com que esse produto se diversifique em Florianópolis.” Por fim Lummertz falou da potencialidade da ilha. “Nós aprendemos que temos potencial para receber até 400 navios por ano a longo prazo, e 100 já seria um início razoável.”
Setor Hoteleiro
Quem também ficou satisfeito com o que ouviu foi Tarcísio Schimidt, presidente do Sindicato de hotéis, restaurantes, bares e similares de Florianópolis (SHRBS). O empresário, entretanto, salientou que o que falta é vontade política para um projeto desse porte ter êxito. “Nós temos aqui um problema que eu vejo muito sério, que é uma insegurança jurídica. Precisamos de prefeitos que assumam a cidade como destino político e que colaborem nesses projetos.”
(ACIF, 28/06/2012)