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Prefeitura de Florianópolis vai lançar edital para ocupação dos aterros

Equipe formada por integrantes da Prefeitura de Florianópolis, do governo do Estado, da Secretaria de Patrimônio da União e da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) pensa em uma solução para a ocupação desordenada do aterro da baía Sul. E, tendo a consciência do problema que a região se tornou, busca projetar o uso do aterro da Via Expressa Sul, ainda pouco ocupado. O edital do concurso que vai dar cara nova aos aterros deve ser lançado nos próximos 30 dias.
Entre os itens discutidos está a necessidade de o aterro voltar a se relacionar com o mar, tendo como uma das alternativas a implantação do transporte marítimo. Espaço para eventos, ciclovias e estacionamentos mais afastados que incentivem o trânsito no Centro, de outras maneiras que não de carro, também são itens de reflexão obrigatória para os participantes do edital. “Temos que construir uma cidade para daqui 30 ou 40 anos”, enfatizou o secretário de Turismo e presidente do Conselho Municipal de Turismo, Vinícius Lummertz, membro do grupo que define diretrizes para o edital.
Os outros órgãos envolvidos na iniciativa são Ipuf (Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis), Secretaria de Estado do Planejamento e Secretaria do Patrimônio da União. A discussão em conjunto é imprescindível devido à gestão compartilhada: o aterro foi construído pelo Estado em área da União, mas o uso é administrado pelo município.
Novo encontro do grupo deve ocorrer na semana que vem e projetos como o do parque da baía Sul e da Escola de Samba Mirim Mensageiros da Alegria serão levados em conta. “Não pode cada cidadão decidir como a cidade deve ser. Precisamos entregar esse planejamento a profissionais capazes de projetar”, disse Lummertz.
Aterros com perfis diferentes
O aterro da baía Sul é composto por AVL (Área Verde de Lazer) e ACI (Área Comunitária Institucional). Por isso, foi ocupada, legalmente, por equipamentos públicos como terminal rodoviário Rita Maria, Ticen (Terminal Integrado do Centro), estação de tratamento de esgoto da Casan e COPCOPCOP (Centro de Operações Policiais) da Polícia Civil entre outros. O Camelódromo Centro Sul e o Direto do Campo, empreendimentos privados, precisam deixar o local até o início de 2013, por exigência judicial. O terreno do Centro de Convenções é alvo de processo administrativo da União sobre o município, que nos anos 1990 licitou a área sem ter a propriedade.
Já o aterro da Via Expressa Sul é pouco ocupado. Há quadra de esportes, uso condizente com o zoneamento da AVL, um terminal do transporte coletivo (Tisac – Terminal do Saco dos Limões), que nunca foi ativado e serve de garagem para ônibus, ranchos de pescadores e duas construções embargadas. Uma é a sede do ICM Bio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) e a outra a Escola Estadual Júlio da Costa Neves. Para as obras continuarem, é necessária a sanção do prefeito Dario Berger, ao projeto de lei aprovado na última terça-feira, que altera o zoneamento de AVL para ACI na região das duas obras.
Projetos ficam na gaveta
Este será o terceiro projeto urbanístico para a região do aterro da baía Sul. O primeiro é dos anos 1970, assinado pelo arquiteto Roberto Burle Marx. Encomendado pelo então governador Colombo Machado Salles, foi colocado em prática parcialmente, mas não concluído e conservado.
Em 1997, foi realizado Concurso Público de Ideias para o Parque Metropolitano Dias Velho – aterro da baía Sul. O vencedor foi André Francisco Câmara Schmitt, mas outra uma vez, o projeto foi engavetado. Segundo Vinícius Lummertz, o projeto de Schmitt servirá como referência para os participantes e poderá ser consultado.
Saiba mais:
Aterro da baía Sul: inaugurado em 1972, tem 630 mil m²
Aterro da Via Expressa Sul: inaugurado em 1997, tem 1,2 milhão de m²
(ND, 18/05/2012)

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