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Motoristas e cobradores votam nesta quarta se entram ou não em greve

Usuários do transporte coletivo da Capital podem ficar sem o serviço nos próximos dias. Motoristas e cobradores decidem nesta quarta, 23, durante três assembleias da categoria – às 9h30, às 15h30 e às 19h – se entram ou não em greve. Os funcionários pedem a redução de carga horária de 6 horas e 40 minutos para 6 horas, sem perdas salariais. Durante toda a terça, 22, o vice-prefeito e secretário municipal de Transportes, Mobilidade e Terminais, João Batista Nunes, fez reuniões com envolvidos no processo para evitar a decisão pela greve.
“Estou otimista e acho que a greve não vai acontecer. Se ocorrer, vamos viabilizar meios legais para garantir a frota mínima para a população, apoio da Polícia Militar e Guarda Municipal e, ainda, vamos avisar 72 horas antes para conscientizar os usuários”, garantiu João Batista. O vice-prefeito afirmou que não seria possível conceder o que a categoria pede. Hoje, um motorista com 6 horas e 40 minutos recebe R$ 1.517, já um cobrador com essa carga horária ganha R$ 910. Além do impacto econômico, um acordo nesse sentido forçaria a contratação de mais de 100 motoristas e 100 cobradores para preencher o quadro.
Valdir Gomes, presidente do Setuf (Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Passageiros da Grande Florianópolis), contou que a contratação de pessoal já é difícil atualmente. “Hoje, temos 50 vagas abertas no sistema, sem candidatos”, afirmou. Por esse motivo, também, o presidente disse que não há como fazer a contratação de temporários para a substituição de cerca de 4.000 funcionários grevistas. “A única coisa que podemos fazer diante da greve é acionar o Ministério Público e a Justiça do Trabalho, como já fizemos anteriormente”, relatou.
Vilãs são as paralisações relâmpago
As paralisações relâmpago, nas quais os motoristas estacionam os ônibus no meio das ruas sem avisar a população, são as principais vilãs dos usuários de transporte coletivo. Gomes destacou que apenas a Prefeitura de Florianópolis teria poder de polícia para impedir ações nesse sentido.
Mas o vice-prefeito explicou que o direito de greve dos trabalhadores é constitucional. “O direito de ir e vir da população também é sagrado. Então, as duas coisas têm que andar juntas. Vamos usar polícia e guarda para manter a ordem, mas não para impedir paralisações”, completou.
João Batista acredita que esse movimento será pacífico, como foi nos anos anteriores.
(ND, 22/05/2012]

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