A prefeitura de Florianópolis disponibilizou vans e micro-ônibus para os moradores como alternativa para a greve do transporte coletivo. Quem mora em São José, Biguaçu e Palhoça não teve a mesma sorte.
Sem opção nenhuma de transporte, quem não tem carona opta por ficar em casa. É o exemplo do estudante de design, Isaque Matos Elias, 21 anos, que mora no bairro Forquilhinhas e não conseguiu ir à Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), na segunda-feira, para cumprir a agenda de aulas e trabalho. “Se em São José houvesse um transporte alternativo durante a greve, acredito que ajudaria um pouco nas situações emergenciais, mas, mesmo assim, seria caro pagar cerca de R$ 20 para ir e voltar da UFSC todos os dias”, lamenta.
A mobilização tomou conta até das redes sociais. O estudante de Direito, Leonardo Durand, 26, escreveu no Facebook uma mensagem oferecendo carona até à UFSC. Apesar de ninguém ter se manifestado, ele deu carona na rua para um senhor em Coqueiros. “Acabei ajudando um desconhecido porque ele parecia trabalhador. Normalmente, ofereço na internet porque só os meus amigos leem”, explica.
Enquanto isso, as prefeituras começam a se mobilizar para caso a greve perdure. A Secretária de Segurança, Defesa Social e Trânsito de São José, Ane Warmling, colocou equipes nas ruas para monitorar a situação nos bairros e concluiu que, mesmo sem a frota mínima sugerida pelo Ministério Público, os moradores estão tranquilos para se locomover entre os bairros do município.
“Abrimos o cadastramento para empresas de transporte executarem linhas alternativas entre os bairros, mas não recebemos nenhum empresa interessada”, comenta Ane, que não tem nenhuma reunião especifica agendada para a tarde desta terça-feira. Para a secretária, uma linha intermunicipal que vá à Florianópolis, por enquanto, é inviável.
O secretário de Desenvolvimento Urbano e Transportes de Biguaçu, Saul de Mello, afirmou que caso a greve não acabe nesta terça-feira, haverá uma reunião às 18h para decidir as ações emergenciais que podem ser tomadas. “Não disponibilizamos vans aos moradores de Biguaçu porque a maioria dos motoristas não aceitou cobrar no máximo R$ 5, como a prefeitura sugeriu”, desculpa-se.Até que a situação se resolva, os moradores deste município precisam pegar vans clandestinas na frente do Terminal Rita Maria. Entretanto, a quantidade de vans é mínima, pois muitas delas estão sendo multadas, para revolta dos usurários.
Em Palhoça, a situação é pior. Mesmo com a greve sendo anunciada desde a semana passada, o superintendente de trânsito, Fabiano Ferreira, declarou que só vai começar a cogitar alguma atitude no final da tarde desta terça-feira. Na segunda-feira, 10h após o início da greve, Fabiano relatou à equipe de reportagem do ND Online que não sabia que a paralisação tinha atingido Palhoça.
(ND, 29/05/2012)
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