Com um índice de 18,7% da população, Florianópolis está em 7º lugar entre as capitais com o menor número de hipertensos do país, com índice bem abaixo da média. No Sul, Florianópolis ficou em 1º, seguida por Curitiba e Porto Alegre. Os números foram divulgados ontem, dia nacional de combate à hipertensão, pelo Ministério da Saúde.
O levantamento foi feito pelo Vigitel 2011 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) e apontou que 22,7% da população adulta brasileira é de hipertensos.
O diagnóstico é mais comum em mulheres do que em homens em todas as faixas etárias. A doença atinge 5,4% da população adulta entre 18 e 24 anos; 50,5% entre 55 e 64 anos; e 59,7% das pessoas a partir dos 65 anos. Na maioria das vezes o hipertenso não apresenta sintomas. Por isso, é importante a prevenção. Segundo o médico e diretor do Instituto de Cardiologia de Santa Catarina, Jamil Cherem Schneider, a indicação para quem não é hipertenso é medir a pressão pelo menos uma ou duas vezes por ano.
Quem tem parentes de 1º grau hipertensos tem mais risco de desenvolver a doença, mas os maus hábitos alimentares, o sedentarismo e o estresse também contribuem. “Há uma interação entre a pré-disposição genética e os maus hábitos de vida. Um dos fatores é a apneia do sono, causada pelo aumento da obesidade.
O próprio envelhecimento deixa as artérias enrijecidas e aumenta o risco de doença. Apenas 5% dos casos é diagnosticado por causas secundárias, como problemas renais e na tireóide, por exemplo”, esclareceu Schneider.
Controle da pressão pode detectar a doença
A balconista Fernanda Pereira dos Santos, 31 anos, não se preocupava muito com a pressão, mesmo sabendo que a mãe e os tios eram hipertensos. No entanto, há dois anos, após o falecimento da mãe por infarto, Fernanda foi diagnosticada como hipertensa.
Ela só descobriu porque um dia passou mal e, ao checar a pressão, descobriu a doença. A partir do diagnóstico, a balconista mudou a rotina: cortou frituras e alimentos gordurosos, diminuiu a quantidade de sal e passou a fazer exercícios.
Atualmente, faz tratamento com remédios controlados e verifica a pressão quinzenalmente. “Tenho uma vida normal, mas não dá para relaxar. Se eu tivesse cuidado antes, talvez fosse diferente. Agora é preciso toda uma adaptação de vida. Se eu já tivesse hábitos saudáveis seria mais fácil”, afirmou Fernanda.
A Secretaria de Saúde de Florianópolis informou, por meio da assessoria de imprensa, que não se manifestará sobre a pesquisa, sem justificar o motivo. Já a Secretaria de Estado da Saúde disse que não tem relatório ou pesquisa que aponte o número de hipertensos no Estado.
Saiba mais
O que é: a hipertensão é uma doença crônica causada pelo aumento da pressão do sangue nas paredes dos vasos sanguíneos. O movimento acaba sobrecarregando outros órgãos, como coração, rins e cérebro. A pessoa é considerada hipertensa quando a pressão frequentemente é igual ou superior a 14 por 9
Causas: pré-disposição genética, obesidade, fumo, sedentarismo, consumo excessivo de sal, de gorduras e de bebidas alcoólicas
Sintomas: na maioria das vezes, não há sintomas. Em alguns casos podem ocorrer dores de cabeça, tonturas, dores no peito, visão embaçada e zumbidos no ouvido
Consequências: se não for tratada, a hipertensão pode causar o entupimento de artérias e, consequentemente, um AVC (Acidente Vascular Cerebral) ou derrame, arritmia, infarto, insuficiência cardíaca, paralisação dos rins e até cegueira
Como prevenir: verificar a pressão pelo menos uma vez ao ano; manter alimentação equilibrada; diminuir o consumo de sal; praticar atividades físicas regulares; e evitar o estresse.
Diagnóstico – do menor ao maior
Capitais Total (%)
1º Palmas 12,9
2º Porto Velho 16,8
3º Boa Vista 17,0
4º Fortaleza 17,3
5º São Luís 17,7
6º Manaus 18,6
7º Florianópolis 18,7
17º Curitiba 22,0
23º Natal 24,9
24º Vitória 25,0
25º Porto Alegre 25,7
26º Recife 26,1
27º Rio de Janeiro 29,8
(ND, 26/04/2012)
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