Florianópolis é réu no Ministério Público por falhar na fiscalização do saneamento básico
26/03/2012
Seminário discute situação Sócio-Econômica da População Negra de Florianópolis
26/03/2012

Mar da Avenida Beira-Mar Norte é o mais poluído de Florianópolis

O metro quadrado mais caro da Capi­tal, a Baía Norte, ao longo da Avenida Beira-Mar Norte, tem o mar mais poluído da cida­de. São pelo menos 15 anos de água imprópria para banho por causa do esgoto lançado no mar.

Detalhe: os dejetos vem de toda Grande Florianó­polis. A solução está no investimento em saneamento básico da região. O custo do único projeto com esse obje­tivo e ainda sem recursos garantidos é de R$ 850 milhões.

As baías Norte e Sul estão interli­gadas, suas águas se misturam pela circulação das correntes marítimas e o vento. Ao longo da Beira-Mar Norte são 40 tubula­ções que despejam esgoto e chuva na Baía Norte.

Todo esgoto doméstico sem tratamento lan­çado pelas cidades do entorno contamina as duas baías. Este tipo de esgoto é lançado por meio de ligações clandestinas nas ga­lerias pluviais (água da chuva), rios e cór­regos de Florianópolis (Ilha e Continente), São José, Biguaçu, Governador Celso Ra­mos, Palhoça e Santo Amaro da Imperatriz.

O mar é o destino de tanta poluição por­que os municípios não tem estrutura sufi­ciente para tratar seu esgoto. Destino turís­tico eleito por revistas especializadas, Santa Catarina tem apenas 18% de cobertura no tratamento do esgoto produzido em 204 municípios do Estado.

O saneamento des­sas cidades é responsabilidade da Compa­nhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan). O restante do território está sob os cuidados de outras empresas e dos municí­pios.

Biguaçu é uma das cidades da Grande Florianópolis sem sistema de saneamento

Há cidades como Biguaçu que nem siste­ma de saneamento tem. Palhoça é outro exemplo de falta de in­vestimento. Apenas 5% da população da cidade tem saneamento via município. Os habitantes do Bairro Pedra Branca tem o privilégio de ter sistema próprio. O restante do esgoto, incluindo o produzido pelos cer­ca de 150 mil turistas a cada ano, não tem tratamento.

Florianópolis tem sa­neamento apenas para metade da popula­ção. No verão, a poluição aumenta com os turistas e reflete nos pontos de coleta das praias analisados pela Fundação do Meio Ambiente (Fatma). Canasvieiras ficou com todos os seis pontos impróprios no Carna­val.

— A rede coletora tem vazamentos. Quan­do dá enxurrada, entra em colapso porque vai muita água pluvial para o sistema de esgoto. E no Centro ainda tem muita clan­destinidade — observa o técnico da Fatma, Marlon Daniel da Silva.

Percentual da população urbana com saneamento básico

Florianópolis: 55%

Santo Amaro da Imperatriz: 38%

São José: 30%

Palhoça: 5%

Governador Celso Ramos: 2%

Biguaçu: 0%

Bairros e empreendimentos com saneamento básico em Florianópolis e São José

Florianópolis

Centro, Agronômica, Trindade, Santa Mônica, Saco dos Limões, Maciço do Morro da Cruz, Costeira, Carvoeira (parcial), Pantanal (parcial), Lagoa da Conceição, Canto da Lagoa, Barra da Lagoa, Costa da Lagoa, Balneário Praia Brava, Conjunto Habitacional Parque da Figueira, Conjunto Habitacional Vila Cachoeira, Floripa Shopping, Parque Tecnópolis, Balneário de Canasvieiras, Canto do Lamin, Canajurê, parte da Cachoeira do Bom Jesus, Estreito, Coqueiros, Jardim Atlântico, Balneário do Estreito, Conjunto Habitacional Vila União, Conjunto Habitacional Caminho do Mar.

Obs: O restante tem sistema de tratamento caseiro incluindo ligações clandestinas, com exceção de Jurerê Internacional, bairro com sistema próprio.

São José

Campinas, Kobrasol, Praia Comprida e Forquilhinhas

Ligações clandestinas na Capital

Casan, prefeitura e Vigilância Sanitária estão fiscalizando 18 mil imóveis até julho de 2012. Recursos de R$ 366 mil. Objetivo é coibir o lançamento de esgoto nas galerias pluviais, rios, córrego e praias.

(Gabriela Rovai, DC, 24/03/2012)

mm
Monitoramento de Mídia
A FloripAmanhã realiza um monitoramento de mídia para seleção e republicação de notícias relacionadas com o foco da Associação. No jornalismo esta atividade é chamada de "Clipping". As notícias veiculadas em nossa seção Clipping não necessariamente refletem a posição da FloripAmanhã e são de responsabilidade dos veículos e assessorias de imprensa citados como fonte. O objetivo da Associação é promover o debate e o conhecimento sobre temas como planejamento urbano, meio ambiente, economia criativa, entre outros.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *