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Comissão vai cobrar soluções para problemas ambientais na Lagoa da Conceição

A Comissão de Turismo e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa fará um trabalho permanente de combate à poluição e ao assoreamento da Lagoa da Conceição. Na manhã desta terça-feira (20), uma audiência pública discutiu os problemas do cartão-postal de Florianópolis, com a participação de dezenas de pessoas, entre autoridades, moradores e comerciantes.
De acordo com o presidente da comissão, deputado Neodi Saretta (PT), em 60 dias será realizada uma reunião com todos os órgãos envolvidos com o assunto, como Casan, Fatma, Floram, entre outros. Até lá, todas essas entidades receberão cópias da ata da audiência e deverão responder à comissão que ações estão sendo tomadas para combater os problemas da lagoa.
O deputado Edison Andrino (PMDB), propositor da audiência, chamou a atenção para a situação do manancial. Ele exibiu fotos de vários pontos da lagoa, que mostram a concentração excessiva de algas, o despejo irregular de água pluvial, entre outras irregularidades. Além da poluição, o assoreamento tem ameaçado a navegação no local, necessária para a sobrevivência de pescadores e moradores.
“Há embarcações que têm problemas de calado para atracar. Isso poderia ser resolvido com a construção de caixas de retenção de entulho nas saídas dos tubos que trazem a água das chuvas”, explica o parlamentar.

“Morta”
Moradores, pescadores e comerciantes da lagoa confirmaram os problemas. Para muitos, a Prefeitura de Florianópolis e a Casan são as principais responsáveis pela situação, agravada pela falta de fiscalização dos órgãos competentes. Atualmente, 40% do esgoto produzido no entorno da lagoa é despejado sem tratamento.
O presidente da Associação dos Moradores da Lagoa, Alécio dos Passos, considera que a lagoa pequena já está praticamente morta. Segundo ele, além de coliformes fecais, a água está contaminada por metais pesados. “Os moradores e os órgãos públicos têm culpa dessa situação”.
Para Passos, o excesso de turistas agrava os problemas. “É o caos total. Temos um modelo de turismo de massa, movido pela ganância imobiliária. Ou mudamos esse modelo ou vamos perder a qualidade de vida”, complementou.
O diretor de Meio Ambiente da Casan, Valter Gallina, admitiu a existência de problemas. Segundo ele, no primeiro trimestre de 2013, devem ser iniciadas obras, no valor de R$ 22,1 milhões, que devem elevar o esgoto tratado para quase 100%. “Nos últimos nove anos, já foram investidos R$ 20,4 milhões em várias obras na região”, informou.
O secretário adjunto de Habitação e Saneamento Ambiental de Florianópolis, Nelson Bittencourt, afirmou que já há melhorias na região da lagoa. Segundo ele, em janeiro foi iniciado o Programa Cidade Saudável, pelo qual foram feitas mais de 1,3 mil procedimentos relacionados aos problemas da lagoa. “Há pontos que estavam poluídos e agora, segundo a Fatma, já estão com condições de balneabilidade”, afirmou.
A audiência contou ainda com a presença do deputado Gilmar Knaesel (PSDB), vereadores de Florianópolis e integrantes da Fatma, Santur, Vigilância Sanitária Estadual e Ministério Público Federal (MPF). (Marcelo Espinoza)

(Alesc, 20/03/2012)

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