Em Florianópolis e região, os congestionamentos de trânsito, permanentes e quilométricos degradam a qualidade de vida do povo e provocam prejuízos de monta à economia regional. O mesmo problema ocorre em praticamente todos os cenários urbanos de grande e médio porte do país. Algumas ações, mesmo que demandem investimentos vultosos, como a construção de mais uma ponte ou de mais túneis e viadutos _ cujos prazos de validade não costumam ser longos, eis que logo superados pelo aumento da demanda _ precisam ser avaliadas. Ao menos para amenizar os efeitos perversos da falta de mobilidade. Na região metropolitana da Capital, tais medidas têm caráter de urgência, afinal, a situação já superou o limite suportável.
Em reportagem publicada na edição dominical, o Diário Catarinense mostrou algumas medidas que, aplicadas em outras capitais do país, contribuíram para diminuir os congestionamentos e melhorar a mobilidade. Neste elenco, estão uma ligação hidroviária entre Porto Alegre e a vizinha cidade de Guaíba, diminuindo o tempo de percurso de 1h30min, por ônibus, para 20 minutos com o uso de barco; a implantação de faixas exclusivas para a circulação de ônibus em Curitiba; o estímulo ao uso de bicicletas, como alternativa ao uso do carro, no Rio de Janeiro, que já tem 262 quilômetros de ciclovias, ciclofaixas, e faixas compartilhadas; e a restrição ao uso de caminhões de carga na área central de Belo Horizonte.
Um exemplo e um registro importantes. Cerca de 60% da poluição atmosférica das cidades é causada pelos veículos automotores. A prática de transportes alternativos é um dos principais desafios para a sustentabilidade das cidades. E as ações que promovem a preservação ambiental, atreladas ao desenvolvimento econômico, precisam se tornar rotina em todo e qualquer projeto urbanístico. Está na hora de reagir, e de agir.
(Editorial, DC, 06/02/2012)
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