Visão de fora
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Floripa e a insensatez
13/02/2012

Freguesia do Zé Pereira

Mais de 20 mil pessoas brincaram em um dos mais tradicionais carnavais de Florianópolis

A alegria tomou conta da Freguesia do Ribeirão da Ilha, ontem, na folia do Zé Pereira. Conforme a Polícia Militar, mais de 20 mil pessoas passaram pelo centrinho do bairro mais tradicional de Florianópolis. O pré-Carnaval, como de costume, recebeu um público bem diversificado, desde crianças de colo a idosos.

A banda do Zé Pereira, composta por integrantes da Sociedade Musical e Recreativa Lapa, saiu da Praia da Rita às 14h30min e seguiu até a Praça Maria Francisca da Silva, onde os músicos tocaram marchinhas, sambas e outros ritmos até o começo da noite.

O grupo percorreu o trajeto a pé para resgatar a forma original da festa. Nos últimos anos, o cortejo foi em cima de um trio elétrico. A corte do Rei Momo também marcou presença.

Os foliões tiveram que enfrentar até seis quilômetros de filas na Rodovia Baldicero Filomeno para chegar ao evento. Mas, pelo jeito, valeu a pena. A vendedora Valquíria Paim, de 23 anos, veio de São José para curtir com os amigos.

– É o primeiro ano que venho e gostei muito. É bem descontraído e ao ar livre. Me senti bem à vontade e agora quero vir todos os anos – planeja Valquíria.

A cada ano a festa ganha maior proporção e atrai pessoas de toda a Grande Florianópolis. Ao mesmo tempo, o Zé Pereira conserva sua simplicidade. A comunidade se envolve na realização da folia com mais de 60 anos de existência e, nas ruas ou debruçados nas janelas das casas em estilo colonial, se diverte.

O bancário Fabio Euclydes da Silva, de 37 anos, brincou com o filho Davi, de apenas dois anos. Vestido de índio, o menino olhava a multidão, curioso, nos ombros do pai. Os tios e primos de Davi aproveitavam a festa da sacada da casa de sua avó. Com direito a churrasquinho e tudo mais.

– Quero passar essa tradição a ele. Peguei a época em que as senhoras da comunidade desfilavam no Zé Pereira vestidas de fantasma. Lembro que o evento ocorria nos quatro fins de semana antes do Carnaval e, no último, tinha o “joga na água”.

Fábio recorda que as pessoas eram lançados ao mar:

– Até se o morador estivesse de gesso em uma perna ou braço não escapava. Agora, a festa ficou muito grande e não dá para ficar brincando com estranhos.

A expansão no Zé Pereira trouxe ganhos para a economia local. As famílias abrem suas portas para vender bebidas e lanches. É o caso de Gustavo Silva, que transformou a garagem de sua casa em um bar. Vendeu mais de 50 caixas de cerveja nas duas primeiras horas da festa.

A segurança foi feita por 140 policiais militares e houve blitz no acesso ao bairro.

(Por Roberta Kremer, DC, 13/02/2012)

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