Proliferação das plantas pode ter solução com o alargamento de ponte na Avenida das Rendeiras para ter mais troca de água
Quem mora na Lagoa da Conceição ou então vai conhecer um dos cartões-postais da Capital tem apenas uma certeza: o lugar está tomado um mau cheiro insuportável. O que não há certeza é se o odor é provocado pela proliferação de algas ou por esgoto lançado na água.
Isabela Vieira, 16 anos, mora na região da lagoa pequena. Ela relata que às vezes o cheiro é tão intenso que os motoristas que passam por ali fecham a janela do carro. Ela resume a reclamação dos moradores:
– É um cheiro muito forte mesmo. Todo mundo reclama. Por mais que a prefeitura retire as algas, elas voltam a aparecer – conta.
Mais que fechar o vidro do carro, a proliferação das algas ainda não tem uma solução definitiva.
Uma das propostas sugeridas pela prefeitura pode estar no alargamento da ponte que passa pela Avenida das Rendeiras. O projeto está sendo preparado e deve ficar pronto até o final de junho. A ponte atual tem oito metros de vão livre. É por ali que há a troca de águas da chamada lagoa grande, que desemboca no canal da Barra da Lagoa, e da lagoa pequena, que passa pela Avenida Osni Ortiga – ligação com o Sul da Ilha.
O superintendente da Fundação Municipal do Meio Ambiente (Floram), Gerson Basso, explica que alargando o vão livre da ponte, aumentariam as trocas entre as duas lagoas, amenizando o problema das algas. Ele disse que as algas morrem por falta de oxigênio na água, apodrecendo na superfície e causando o cheiro ruim. O projeto da prefeitura prevê uma ponte com 100 metros de vão livre. Uma das cabeceiras sairia do mesmo local onde está hoje, próximo a um supermercado e a um restaurante, e a outra desembocaria na altura da Avenida Osni Ortiga.
O secretário de Obras, Luiz Américo, acredita que depois de licitar a a obra, a nova ligação ficaria pronta em até dois anos. O custo é estimado em R$ 50 milhões. O alargamento faz parte um projeto da prefeitura para melhorar a mobilidade da região, que pretende duplicar a Avenida da Rendeiras.
37 toneladas já foram transformadas em adubo
Neste ano, a Floram retirou 37 toneladas de algas. Em 2010, foram 100 toneladas. O trabalho é manual. As plantas retiradas vão para o sistema de compostagem da Comcap, sendo transformadas em adubo. Outro trabalho que tem sido feito é o mapeamento dos esgotos. O chefe da vigilância em saúde do município, Antônio Anselmo Granzotto, informa que ainda não foi identificada ligação que caia diretamente nas águas da Lagoa.
– Encontramos saídas de esgotamento sanitário, que por meio de uma rede pluvial, podem chegar à Lagoa. Recomendamos alterações. Vamos fazer uma nova avaliação e a análise ficará pronta nos próximos dias – diz Granzotto.
(Por Julia Antunes, DC, 10/02/2012)
As algas na Lagoa
Da coluna de Juliana Wosgraus (DC, 10/02/2012)
Recomeçou a mesma novela a que assisto e sobre a qual alerto há cinco anos pelo menos: as algas da Lagoa da Conceição. Elas precisam ser retiradas de seis em meses no máximo, como era feito antes. Nos últimos tempos, a retirada foi feita pouquíssimas vezes. Chegaram a passar mais de ano sem remoção alguma. O resultado? Acabam com o oxigênio da água, matam peixes e exalam aquele odor que ninguém deseja.
O cheiro neste caso é o de menos. Quem mora em determinados trechos do bairro sofre mesmo com isso. Mas se o problema é grande, a solução nem tanto. Falta uma rede e alguns homens que retirem as algas do lado da Rua Osni Ortiga. Nada mudou ali em número de casas, mas o recolhimento deixou de ser feito. Isso é fato. Além de biólogos, vários moradores confirmam.
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