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SC-401 melhor, porém mais perigosa

Estudo da Polícia Militar Rodoviária revela que o excesso de velocidade é responsável por 46% das colisões na rodovia situada em Florianópolis

Inaugurada há pouco mais de um mês, a duplicação de 6,6 quilômetros da rodovia mais movimentada do Estado, a SC-401, em Florianópolis, desafogou o trânsito em direção às praias do Norte da Ilha, mas contribuiu para abastecer um quadro alarmante de acidentes e infrações. A média é de quase três ocorrências por dia em toda a rodovia. Um estudo da Polícia Militar Rodoviária (PMRv) aponta que o excesso de velocidade é o causador de 46% das colisões. Em 2011, 15 vidas foram perdidas na 401. A PMRv ainda não concluiu os dados de 2012 referentes a infrações e acidentes.

O excesso de velocidade em todo o trecho das pistas é assustador. A velocidade permitida é de 80km/h, mas a média de trafegabilidade é de 120km/h. Neste mês, fiscalizações da PMRv registraram veículos circulando a 148km/h. Ontem pela manhã em 60 minutos, 155 veículos passaram pela rodovia com velocidade acima de 100km/h. No período da tarde, a mesma tendência. Em 20 minutos, 46 motoristas dirigiam fora do limite permitido.

Para o major Fábio Martins, a impunidade virou regra. Segundo ele, é raro registrar motoristas trafegando dentro das normas do Código de Trânsito Brasileiro.

– Queríamos flagrar exceções, mas hoje exceção é aquele que respeita as leis. A população deveria nos ajudar a diminuir estes números dirigindo dentro da velocidade permitida – conta.

Na tarde de ontem, ao perceber a ação dos policiais rodoviários, muitos motoristas faziam sinal e diminuam a velocidade em cima da hora, alguns, inclusive, ofendiam os soldados.

– Penso que é questão de educação, as pessoas não são preparadas corretamente para seguir as normas, sem falar na facilidade em se conseguir um veículo, que em mãos erradas é uma arma – diz o major.

Para frear os motoristas infratores, a PMRv conta apenas com radares portáteis. São 26 equipamentos para fiscalizar quase quatro mil quilômetros de malha viária em 96 rodovias estaduais. Em Florianópolis, são apenas três para sete rodovias.

– Dividimos as operações dentro do possível, de qualquer maneira, é humanamente impossível ter policiais militares com aparelhos radares portáteis em todos os pontos da cidade – afirma Martins.

Para fiscalizar as rodovias sem a necessidade do policial militar, a única saída é instalação de lombadas eletrônicas ou radares fixos. O problema é que as duas maneiras estão proibidas em Santa Catarina. O funcionamento das lombadas, que inibiam o excesso de velocidade nas rodovias estaduais, foi interrompido em outubro de 2011 pelo Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra). A contratação foi considerada ilegal pela falta de um estudo técnico que apontasse a necessidade dos pontos de fiscalização. O presidente do Deinfra, Paulo Meller, ainda aguarda uma decisão da Justiça que está em andamento no Supremo Tribunal de Justiça.

Quanto aos radares fixos, o uso foi suspenso em todo o Estado em julho de 2002. A determinação é resultado da lei 12.143, do deputado Paulo Bornhausen, aprovada pela Assembleia Legislativa. A norma exige a troca de radares por lombadas eletrônicas. A justificativa é que os radares serviriam apenas como instrumento de arrecadação de multas.

(Por Aline Rebequi, DC, 25/01/2012)

Perigo na duplicação feita anteriormente

Com a entrega da duplicação do trecho entre o trevo de Jurerê e Canasvieiras, o outro trecho, já duplicado (entre o trevo de Jurerê e o do Itacorubi), revelou falhas na infraestrutura que não existem na parte nova. Uma delas é a falta de iluminação por tachões ou postes de luz. Onde não há comércio, a escuridão toma conta das pistas e os motoristas precisam aumentar a intensidade dos faróis. Também não conta com ciclovia e algumas placas de trânsito confundem turistas que estão na cidade pela primeira vez.

Como é o caso da placa que indica a entrada de Jurerê antes de Ratones. Sem conhecer a rodovia, neste verão muitos motoristas entram em Ratones pensando estar no caminho certo.

Na curva da morte, km 19, perto ao Bairro João Paulo, a obra que previa a correção da pista para diminuir o número de acidentes não iniciou. No local, o raio da curva deve aumentar de 115 para 180 metros, a elevação de 6% para 8% e um alargamento de quatro metros da pista. O processo de licitação foi aberto em outubro do ano passado e a empresa vencedora foi definida em dezembro. As obras, segundo o presidente do Deinfra, Paulo Meller, não iniciaram por causa do verão. O investimento será de R$ 1.127.698,93 e o prazo para execução é de cinco meses.

(DC, 25/01/2012)

Na SC-402, muitos animais atropelados

Se na SC-401 o excesso de velocidade contribui para o número elevado de colisões, na SC-402, em direção às praias da Daniela e Jurerê, também no Norte da Ilha, a imprudência dos motoristas está afetando o meio ambiente. Às margens da Estação Ecológica de Carijós, o analista ambiental, Apoena Calixto Figueiroa, coleciona imagens de animais atropelados na rodovia, boa parte deles são espécies que estão em extinção. O número de registros é tão expressivo que eles pararam de contar.

Na lista dos animais mortos estão lontras, cuíca d’agua, gambas, saracuras e tatu.

– Se em áreas onde há residências a velocidade deve ser reduzida, em áreas de preservação ambiental a regra deveria ser a mesma, afinal, estamos perdendo animais raros – diz Figueiroa.

Além dos animais, no mesmo ponto, muitos carros perdem o controle do veículo e vão parar na sede da estação. A cerca que delimita a área quase não para em pé e está sempre em manutenção.

– Em um ano há umas 15 ocorrências destes tipo – calcula o analista ambiental.

(DC, 25/01/2012)

Falta preparo e monitoramento

Para o presidente do Movimento Nacional de Educação no Trânsito (Monatran), Roberto Alvarez de Sá, para andar na linha, os motoristas precisam ser monitorados durante todo o tempo.

Segundo ele, quando os veículos passarem a ser vigiados com eficiência, o condutor pensará duas vezes antes de cometer uma infração:

– Se não há fiscalização, não há radar, não há nada que impeça os motoristas de cruzar uma rodovia em alta velocidade. Eles continuarão cruzando. Além disso, é necessário uma melhor preparação nas autoescolas.

Em Florianópolis, apesar da cidade ser cortada por rodovias, aqueles que estão tentando obter uma carteira de motorista passam apenas três horas em treinamento nas SCs.

– Em 20 horas/aula não se consegue passar tudo o que o futuro motorista precisa saber. Nas rodovias, eles são orientados a seguir a velocidade permitida, mas depois, ganham autoconfiança e esquecem das regras – diz o proprietário de uma autoescola, Luis Brinhosa.

Infrações em 2011

– Foram emitidas 60.322 por excesso de velocidade nas rodovias estaduais. Na SC-401, Norte da Ilha, somente em quatro meses (agosto a novembro), 6.800 motoristas foram multados pelo mesmo motivo.
– Nesta quarta-feira, pela manhã, em uma hora, 155 motoristas foram flagrados trafegando em velocidade superior a 100km/h. No mesmo dia, à tarde, em 20 minutos, 46 passaram pela rodovia com velocidade superior a 100 km/h.

(DC, 25/01/2012)

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