Funcionários da Comcap (Companhia Melhoramentos da Capital) começaram a retirar algas mortas da Lagoa da Conceição. A operação, realizada em conjunto com a Floram (Fundação Municipal de Meio Ambiente), pode levar até 10 dias. A estimativa é que sejam retiradas 70 toneladas de algas.
O acumulo na superfície provoca mau cheiro na região da rua Osni Ortiga. O superintendente da Floram, Gersom Basso, explica que o odor é causado pelas algas mortas, que sobem para superfície. O vegetal, também conhecido como alface do mar, se prolifera na região devido ao excesso lançamentos de esgotos clandestinos. “Esse acumulo começou há pelo menos 50 anos, mas atingiu o limite há uns três. Como há muita poluição, falta oxigênio e as algas morrem e sobem para a superfície”, explicou.
Basso argumenta que são necessários três ações para conter a proliferação das algas na Lagoa da Conceição. “Precisamos o desassoreamento, alargar o canal da ponte para dar maior vazão a maré e fechar os esgotos clandestinos”, projetou o superintendente. Ele estima que 11 mil famílias morem no bairro. A responsabilidade pela fiscalização é da Vigilância Sanitária. Os números de esgotos lacrados e multas não foram divulgados.
Ao todo, 23 pessoas participam da operação. A tarefa é árdua. Munidos de redes os trabalhadores pescam os organismos na superfície da lagoa. O material é depositado em um barco e transportado até a margem. De lá, é levado para o setor de compostagem da Comcap e transformado em adubo.
A representante comercial Janice Ficanha, 50 anos, mora há quase duas décadas na Lagoa da Conceição. Segundo ela, em dias quentes o mau cheiro afugenta os frequentadores do local. “Começou há uns cinco anos lá no outro lado. Agora, tem dias que não dá para suportar o odor”, reclamou. Leia a íntegra da reportagem na edição impressa do jornal Notícias do Dia desta terça-feira.
(ND, 17/01/2012)
Iniciada a operação para retirada de algas na Lagoa da Conceição
Nesta segunda-feira (16) iniciou-se o trabalho para a retirada das algas que geram mau cheiro na Lagoa da Conceição. A FLORAM e a COMCAP estão trabalhando na retirada das algas que deve estender-se até domingo com apoio de vinte e um trabalhadores. Moradores e turistas que ali passam constatam pela visão, que as algas se acumulam junto com o esgoto despejado (irregularmente), causando mal estar em função do mau cheiro.
“A biomassa constituída pelo agrupamento de algas que está sendo retirada com redes e garfos para não impactar ou causar prejuízos aos espécimes ali habitam vai ser feito em uma semana. Estamos atentos imprimindo menos poluição e dando prioridade para mais verde”, comenta o Diretor de Gestão Ambiental, Marco Aurélio Abreu.
Segundo Vilson Neves, Chefe do Parque Ecológico do Córrego Grande, já foi retirado dois caminhões, de aproximadamente 7 toneladas cada um.
“Ano passado havia um acúmulo de algas maior, devido a demora da limpeza. Neste ano a ação foi mais rápida”, comenta o Superintendente da FLORAM, Gerson Basso, que está acompanhando a retirada das algas.
As algas retiradas serão utilizadas para compostagem pela COMCAP, para produção de adubo orgânico.
Como ocorre o processo de crescimento de algas
A eutrofização é a conseqüência do processo de poluição dos corpos d’água e que adquirem coloração turva. O início deste problema está no acúmulo de nutrientes dissolvidos na água, normalmente através da ação do homem. A Lagoa vem recebendo o destino final de esgoto, através de ligações clandestinas, fazendo com que a matéria orgânica seja toda despejada na água.
Com esta grande concentração de nutrientes, luz e o aumento da temperatura, as algas multiplicam-se rapidamente, formando uma espessa superfície na água, impedindo a penetração de luz às zonas profundas. As colônias de algas que se encontram em profundidades maiores, deixam de receber luz e produzir oxigênio. Nestas circunstancias, os corpos hídricos com as algas exalam o mau cheiro, em função da decomposição destas.
Em decorrência do crescente aumento de moradores e visitantes no entorno, a Lagoa da Conceição recebeu a contaminação de efluentes domésticos durante muito tempo. Mesmo que os esgotos sejam tratados, o crescimento de algas se manterá durante algum tempo, tendo em vista os nutrientes que estão acumulados no fundo da lagoa (lodo) propiciam o aumento das mesmas.
O entendimento do Superintendente Gerson Basso
De acordo com o superintendente da Floram, Gerson Basso, para evitar o acúmulo de algas será necessário adotar as seguintes providências:
Identificação, notificação, autuação, lacre do esgoto clandestino despejado na Lagoa da Conceição;
Desassoreamento, a retirada de entulhos e areia do fundo; e
Alargamento do Canal da Ponte, para dar maior vazão – oxigenação e fluxo de águas para a Lagoa de Baixo.
Para o terceiro item, informamos que há um projeto em andamento onde prevê a construção de uma nova ponte com “alargamento do canal”, que atualmente é de 9m (nove metros) apenas.
(PMF, 16/01/2012)
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