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Radiografia dos Mirantes da Capital. Confira as condições de cada um

A evolução tecnológica popularizou a fotografia e hoje é possível registrar momentos e paisagens até mesmo com o telefone celular. Rodeada de belezas naturais, Florianópolis é o cenário perfeito para fotógrafos amadores e profissionais. Porém, chegar aos melhores pontos da Capital não é tão simples como o acesso a modernidade. Os mirantes que possibilitam bons ângulos são difíceis de localizar, devido à falta de sinalização. Como se não bastasse, o estado de conservação dessas estruturas tanto na Ilha quanto no Continente decepciona.

Pela segunda vez em Santa Catarina, o professor Kader Bourahil, 55 anos, já sabe o melhor caminho para visitar os pontos turísticos. “Eu aderi ao boca a boca. Sempre paro para perguntar”, ensina. Os percalços compensam na opinião do professor. “Florianópolis vista do Morro da Cruz é maravilhosa”, avalia.

Para a advogada Joseane Castro, 44, os problemas de sinalização e de infraestrutura dos pontos de observação ficam em segundo plano. Joseane cita a falta de segurança. “Como não existem guardas patrimoniais, os vândalos acabam danificando equipamentos e monumentos. À noite é impossível visitar os mirantes”, opina.

O mirante do Morro da Cruz possibilita o registro da região central da Ilha e do Continente. No alto do morro, turistas desavisados se espremem entre o ponto final da linha de ônibus e uma brecha na mata para ver a cidade do alto e fotografá-la. O acesso ao mirante fica a 50 metros, porém não há placa indicando. Os mais curiosos encontram o acesso à plataforma, onde mora o perigo: há um caminho para o mirante e trilhas que levam direto para uma caixa de concreto coberta apenas com tábuas, algumas quebradas, tudo sem placas de identificação.

Situação crítica no Continente
Entre as praias das Palmeiras e do Bom Abrigo fica o mirante com a situação mais precária da cidade. A escadaria e a plataforma têm várias tábuas quebradas. Usuários de drogas frequentam a região sem serem incomodados por ninguém, mesmo durante o dia. A escadaria foi tomada pelo mato.
A balconista Maria Aparecida do Santos, 52, foi com o marido, Vilson, 55, visitar o mirante. Ela ficou encantada com a paisagem e alarmada com o estado de conservação da estrutura. “Apesar de ser nartural de Florianópolis, é a primeira vez que venho aqui. É pecado deixar isso aqui se acabar. Parece que faz tempo que não é feita manutenção”, avalia. A opinião é semelhante a do vendedor Marcos da Silva, 27. “Falta reparos, mas o pessoal necessita cuidar mais do espaço”, reclama.

Falta verba, diz secretário

O secretário de Turismo de Florianópolis, Vinicius Lummertz, garante que todas as estruturas serão recuperadas até a temporada. No cargo desde julho, ele trabalha no mapeamento dos pontos turísticos da cidade. Ele cita a falta de orçamento como principal empecilho para manter as estruturas aptas a receber visitantes o ano todo. “Alguns pontos já estão recebendo melhorias. Encaminhamos pedidos para a secretaria de Obras”, argumenta.
Para Lummertz, a maior preocupação é o quesito segurança. Em média, a Guarda Municipal atua com 30 pessoas por dia, o que é insuficiente para monitorar as ruas, quanto mais os mirantes. “A implantação de câmeras de monitoramento tente a melhorar. A Polícia Militar promete instalar os dispositivos na cidade até a temporada”, destaca.

Radiografia dos mirantes da Capital

Morro da Cruz
Sinalização: Placas indicativas a partir da rua Frei Caneca. Porém, quando surgem pequenos desvios na subida do morro, falta sinalização para direcionar até o mirante.
Estado de conservação: Razoável, com lixeiras limpas e bancos. Algumas trilhas próximas oferecem risco aos visitantes. Há um quiosque abandonado e sujeira nas trilhas com vista para o Leste da Ilha.
Equipamentos: Possui binóculo gratuito para observar a paisagem. O aparelho está com defeito. O turista tem dificuldade para ajustar o foco.
Policiamento: Inexistente
* Como chegar: o acesso ao Morro da Cruz é pela rua Frei Caneca, paralela a Beira-mar Norte. Subir até o ponto final do Morro e acessar um caminho de pedra. Entrar na entrada a esquerda.

Praia das Palmeiras

Sinalização: Precária. Há poucas placas indicativas, tanto que o local é utilizado apenas por moradores da região do bairro Coqueiros, no continente.
Estado de conservação: Ruim. O piso do deck e a escadaria de acesso estão deteriorados. Há muitas tábuas faltando. Os corrimãos estão carcomidos pela ferrugem. Algumas lâmpadas e fiação foram arrancadas dos postes.
Equipamentos: Inexistente
Policiamento: inexistente
* Como chegar: Quem chega à Florianópolis pela Via Expressa deve virar à esquerda na av. Almirante Tamandaré, antes do antigo Ponto de Informações Turistícas. Segue pela rua Max de Souza até a subida do morro, vire na José Lins do Rego. Em seguida, vire na segunda rua á esquera e siga até a praia.

Lagoa da Conceição
Sinalização: Boa. Bastante movimentado, mesmo na baixa temporada.
Estado de conservação: Razoável. Falta manutenção nas telas de proteção, pintura nos bancos e monumentos.
Equipamento: Possui luneta para observação terrestre. Por um minuto, o visitante paga R$ 1. É necessário levar moedas.
Policiamento: Inexistente
*Como chegar: Seguir pela avenida Beira-mar Norte até a SC-402

Praia Mole
Sinalização: Boa.
Estado de conservação: Bom. Possui lojas, café e bancos para descanso.
Equipamento: Possui luneta para observação terrestre. Por um minuto, o visitante paga R$ 1. É necessário levar moedas.
Policiamento: Inexistente
*Como chegar: Seguir pela avenida Beira-mar Norte em direção à Lagoa da Conceição. Ir em direção a Praia Mole. O mirante fica no lado esquerdo. Há uma placa indicativa mil metros antes do local.

Morro das Pedras
Sinalização: Boa. Local de fácil acesso.
Estado: Muito bem conservado e limpo. Porém, não há bancos para descanso.
Equipamento: Inexistente
Policiamento: Inexistente
*Como chegar: Seguir pela Via Expressa sentido Sul da Ilha até o túnel Antonieta de Barros. Depois pegar a SC-405.

(ND, 03/11/2011)

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