Imagens digitais da quarta travessia, que ligará a Avenida Beira-Mar Norte à Beira-Mar Continental, em Florianópolis, foram conhecidas na tarde de ontem. Para sair do papel, projeto ainda tem que vencer diversas etapas
A quarta ponte que fará a ligação Ilha-Continente, em Florianópolis, enfim ganhou forma, com a divulgação da imagem da maquete digital. Na segunda-feira, serão apresentadas mais informações sobre a obra, que tem previsão de custo de R$ 1,1 bilhão. Com a nova ponte, o governo pretende resolver o problema do trânsito das ligações atuais – pontes Pedro Ivo Campos e Colombo Salles –, por onde passam cerca de 178 mil veículos diariamente.
Na apresentação, o governador Raimundo Colombo assinará o lançamento do edital do projeto executivo, que detalha a construção. A obra terá aquele que é apontado como o maior aterro hidráulico já realizado na Grande Florianópolis.
O modelo da ponte é convencional, similar ao das duas existentes, ligando em concreto a Avenida Beira-Mar Norte, na Ilha, ao Bairro Estreito, no Continente.
O projeto do modelo estaiado foi descartado por causa da proximidade com a Ponte Hercílio Luz, que é patrimônio do Estado e não pode ter sua vista prejudicada.
O projeto inicial teve que passar por algumas alterações. Uma delas está na área a ser aterrada, que passou de 1,78 milhão para 3 milhões de metros quadrados.
O governador solicitou uma audiência com a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, a quem é ligada a Superintendência do Patrimônio da União (SPU).
De acordo com o secretário Valdir Cobalchini, da Infraestrutura, o governo vai apresentar à ministra a maquete eletrônica e dados que mostram a necessidade da obra.
Para a execução, é necessário que a União libere a área de Marinha. Mediante concessão para o Estado, a área seria permutada com a iniciativa privada, seguindo o modelo de parceria público-privada (PPP).
– Se não fizermos a obra, em 2020 enfrentaremos um colapso no trânsito entre a Ilha e o Continente – observa Cobalchini.
Aposta no interesse da iniciativa privada
O secretário evita falar em custo total, embora lembre que a projeção é para cerca de R$ 1,1 bilhão.
Cobalchini diz que os valores serão definidos pelo projeto, mas acha que a iniciativa privada terá interesse. Uma área será destinada ao sistema viário e equipamentos urbanos. O projeto propõe espaço verde, estacionamento, local para lazer, marina, píer e práticas de esportes.
(Por Angela Bastos, DC, 04/11/2011)
Obra pode gerar guerra ambiental
Uma obra necessária à cidade, mas que irá deflagrar uma batalha ambiental. A avaliação é de Isolde Espíndola, da Secretaria do Patrimônio da União (SPU) em Florianópolis. A superintendente estadual da SPU diz que o órgão vai se esforçar para atender às demandas, mas considera que o impacto da obra será muito grande e projeta embates no campo do meio ambiente.
Para a superintendente, a escolha do governo do Estado de fazer a obra na forma de parceria público-privada (PPP) torna a situação mais complexa. Um terço da aterro deve ser a moeda de troca para a vencedora da licitação fazer a obra. Em um primeiro momento, Isolde alertou sobre as dificuldades.
– Se o governo tivesse optado por ele mesmo fazer a obra, quem sabe por meio de financiamentos, seriam mais fáceis determinados procedimentos, por se tratar de ‘orgão para órgão’. Via iniciativa privada existem critérios diferenciados – explica.
Segundo a superintendente, o governo do Estado ainda não encaminhou o projeto da obra para a SPU.
– Não temos informação sobre o aumento da área do aterro. Quando nos encontramos, falamos em cerca de 1,7 milhão de metros quadrados. É preciso aguardar para fazer uma análise mais detalhada – diz Isolde.
Sobre a solicitação do governo de uma audiência no Ministério do Planejamento, a superintendente considera que isso não significa “passar por cima” da SPU em SC.
– O setor de patrimônio da União é ligado ao Planejamento, mas tudo que for encaminhado a Brasília precisa passar por aqui.
A Marinha também terá que dar parecer sobre a ponte. Uma das preocupações é com relação à segurança do tráfego. Alguns dos itens que precisam ser observados são a altura – para não dificultar a passagem das embarcações –, distâncias entre os pilares de sustentação e a capacidade de absorção de impacto no local.
Passos de uma longa caminhada
PROJETO BÁSICO
O primeiro trabalho concreto do governo é lançar o edital de licitação do projeto básico, necessário para o pedido de licença ambiental e para as autorizações da Secretaria do Patrimônio da União (SPU) e Marinha. Nele devem constar as informações gerais, como o estudo de fundações da ponte e tipo de areia que existe no local
LICENÇA AMBIENTAL
Considerada uma das etapas mais sensíveis por prever um grande aterro. O governo terá que encaminhar ao Ibama os dados do projeto de engenharia, com informações quanto à localização, tipo de tecnologia e características do local. A superintendência do Ibama em SC enviará o documento a Brasília, para analisar se a competência para a licença é do órgão nacional ou estadual (Fatma).
CESSÃO DO TERRENO
Será preciso convencer a Secretaria de Patrimônio da União (SPU) a ceder a área de Marinha. Isso porque um terço do aterro seria a moeda de troca para a vencedora da licitação fazer a obra.
EDITAL DA PPP
Com os projetos, a licença ambiental e as autorizações, chegará a fase da licitação da
PPP. A concorrência para a construção da quarta ponte e sistema viário será similar a de uma concessão de rodovias por empresas privadas. Só que ao invés de cobrar pedágio, a vencedora da disputa é autorizada a comercializar parte do solo para empreendimentos, como contrapartida por construir a obra.
CONSTRUÇÃO DO ATERRO
Para criar o sistema viário entre a Beira-Mar Norte, passando pela Beira-Mar Continental em direção a Biguaçu – onde será ligado à BR-101 –, o Estado terá que construir o maior aterro da Capital. A previsão é de que serão 3 milhões de metros quadrados, uma área superior às dos aterros da Via Expressa Sul e da Baía Sul juntos.
(DC, 04/11/2011)
Maquete da quarta ponte de Florianópolis será revelada na segunda-feira
Deinfra apresenta nesta segunda-feira (7) maquete eletrônica da quarta ligação Ilha-Continente
Quarta ponte será construída na ponta da avenida Beira-mar Norte, e prevê novos acessos
O governador Raimundo Colombo e o secretário de Infraestrutura, Valdir Cobalchini, apresentam, segunda-feira, às 15h, no Centro Administrativo, a maquete eletrônica da 4ª ligação Ilha-Continente. A intenção do governo é construir a obra através de PPP (parceria público-privada). O orçamento entre ponte e aterro, com rodovias de acesso, é de algo em torno de R$ 1,1 bilhão. Objetivo do governo é criar uma área de aterro que bancará o valor da obra.
O Deinfra preferiu não antecipar mais informações e deixar para o dia da apresentação do plano.
(Por João Meassi, ND, 04/11/2011)