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Floripa não é York

Artigo escrito por Laudelino José Sardá – Jornalista e Professor (DC, 11/11/2011)

Floripa tem o nativo, o imigrante que chega todos os dias, como ave de arribação, e as pessoas de cidades continentais que vêm trabalhar, comprar ou se divertir. Os nativos se sentem “donos” da Ilha, até mesmo os que dela se tornaram inquilinos. E muitos dos que aqui estudam já decidiram ficar. Há, ainda, milhares de pessoas que, pela internet, sonham em morar na Ilha.

Será que a Ilha tem o glamour de Nova York? Bem, não precisamos de britânicos como motoristas de táxi e nem de franceses e tailandeses em restaurantes. Basta-nos trabalhar o verbo e o sabor com um sofisticado tempero nativo. Temos musicalidade e poesia, museus (quase sempre fechados), quatro teatros (sem muita atração), praias com placas proibindo o banho. E o que temos de verdadeiro? A Ilha! Gente, nós estamos adormecidos e cheirando fezes do mar! E Nova York passou por isso? Pode até ser, mas venceu!

Falta-nos a convicção dos nova-iorquinos para sentirmos o encanto e a magia de Floripa, que não precisa de obras e nem de pontes, mas de uma visão completa do seu potencial. Por que não transferir para o Continente a maioria das repartições públicas? Por que não uma nova ponte entre o Sul da Ilha e Palhoça, com a via expressa concluída e ciclovias em todas as ruas e avenidas? Por que não integrar a Grande Florianópolis com um bom sistema de transporte de massa? Por que os doentes precisam buscar socorro na Ilha? E o que justifica as universidades se expandirem nesta pequena porção de terra? Afinal, por que tudo tem que estar na Ilha? Até a Fiesc constrói em Santo Antônio. Que vá para Joinville! Precisamos pensar e agir, com convicção e destemor, para reorganizar o crescimento da Ilha, fazê- la renascer com o entusiasmo e a força de suas águas. Floripa clama por um alcaide atrevido e corajoso. Que, sobretudo, ame a terra.

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