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Segunda etapa do muro de contenção começa em 15 dias na Praia Comprida

No mês de agosto, uma família precisou deixar a residência por risco de desabamento em São José

Pouco mais de um mês após o deslizamento de terra e a interdição de uma residência no bairro Praia Comprida, em São José, a primeira etapa da obra para a construção do muro de contenção está praticamente finalizada. Em duas semanas, a previsão da Secretaria de Infraestrutura é erguer os blocos de concreto ou o gabiões na parte de cima da encosta.

O secretário Túlio Maciel destaca que a segunda parte da obra começará devido ao pedido dos moradores. “Estamos terminando os aterros e a drenagem para começar a recuperação de três terrenos”, afirma. Conforme Maciel, as casas foram vistoriadas nesta semana e não há risco de iminente para desabamento.

O escorregamento ocorreu na rua Sebastião Lentz, no fim do mês de agosto, e foi motivado por uma obra de contenção iniciada pela Prefeitura de São José, que deveria ter sido terminada em julho. Com a volta da chuva, os moradores começam a se preocupar novamente com a situação do barranco. Rachaduras em muros, nas paredes e na própria terra são visíveis e aumentam ainda mais a sensação de medo.

Ao abrir a porta da casa de Rita da Rosa, 32, é preciso cuidado. O barranco deslizou e se transformou em um penhasco. A mãe dela, Terezinha da Rosa, 50, conta que a filha vive em uma casa alugada que é paga com o benefício oferecido pela Secretaria de Assistência Social. Terezinha saiu de sua casa, localizada ao lado, para cuidar da mãe que está doente, mas no quintal é possível encontrar várias rachaduras causadas pela movimentação do barranco.

Risco assusta moradores

Osvaldyr Goulart, 79, mora há quase 20 anos no mesmo lugar. Apesar de o quintal de casa ter sumido após o deslizamento de terra e a residência apresentar diversas rachaduras, ele prefere não sair de casa. “Meus filhos querem me levar, mas não quero sair daqui. Esta obra deveria ter sido acabada há muito tempo. Agora, não adianta mais. Se chover muito, todas as casas caem”, critica.

A vizinha, Ângela Ancelmo, 48, tem muito medo. No temporal registrado em 2008, ela lembra que construiu um quarto de madeira, na frente da casa de material, para ela e a filha ficarem. “Tenho muito receio, mas vou para onde?”, questiona.

(Por Mariella Caldas, ND, 18/10/2011)

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