Líquido de esgoto vai parar em um córrego em Florianópolis

Um odor forte e desagradável, vindo do córrego que passa ao lado da casa do morador do bairro Serrinha, em Florianópolis, Nilvo Schvambach, aguçou sua curiosidade nesta terça-feira. Ao dar uma volta no quarteirão, notou que dois trabalhadores utilizavam um caminhão limpa-fossa para retirar um líquido do reservatório de esgoto de um condomínio, com quatro prédios, e despejá-lo na rede fluvial que deságua no riacho.

Ele denunciou o possível crime ambiental para a Vigilância Sanitária de Santa Catarina. Os moradores, há pouco tempo, fizeram um mutirão para regularizar suas fossas e esgotos, o que os deixou ainda mais revoltados.

O Instituto Geral de Perícias (IGP) também foi acionado e recolheu amostras para constatar do que era composto o líquido. Um pedreiro fazia a obra para reverter o esgoto do prédio à rede de tratamento da Casan.

O zelador do condomínio, que preferiu não ser identificado, afirma ter tomado conhecimento da situação por meio do profissional que fazia a reforma no condomínio. Ele teria alertado os funcionários da empresa desentupidora.

— Os dois empregados, uma mulher e um homem, da empresa terceirizada, porque não foi esta que contratamos, pediram desculpas na hora. Falaram que nunca tinham feito isso, mas aproximadamente 50 mil litros do reservatório da fossa já haviam sido jogados no córrego.

Uma funcionária prestou depoimento na 5ª Delegacia de Polícia da Capital. Uma das administradoras da empresa afirma que o erro foi dos seus funcionários, mas que o líquido despejado por engano seria água. O delegado Luiz Felipe Rosado instaurou inquérito e aguarda o resultado da perícia das amostras para enviar o processo ao Poder Judiciário.

(DC, 26/10/2011)