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Artigo escrito por Beto Barreiros – Presidente do Conselho das Entidades de Turismo de Santa Catarina (DC, 16/08/2011)

O turismo no Brasil está diante de um novo momento, jamais experimentado, pela soma de fatores socioeconômicos e culturais. Um novo país emergiu na última década são mais de 30 milhões de pessoas que deixaram a classe C, incorporadas à classe média. Gradualmente, esta ampla camada da população satisfaz suas necessidades básicas e investe em lazer. Férias na praia, parques temáticos ou visitar a família que mora distante e conciliar com passeios entram na pauta dessas famílias. Em paralelo, o gosto dos consumidores habituais está se refinando e se especializando.

Aventura, esportes radicais, cultura, ecoturismo, religião, turismo de gênero, terceira idade, festas temáticas e baladas passaram a fazer parte da oferta e da demanda do setor. Santa Catarina é generosa nesses aspectos: temos opções para todos os públicos. Todavia, estamos distantes da capacidade de aproveitamento deste potencial. Convivemos com a limitada infraestrutura em aeroportos, rodoviárias, rodovias e saneamento. E a cobrança, neste caso, é dirigida ao poder público.

Na mesma proporção, faltam treinamento e capacitação aos milhares de empresários ligados à cadeia produtiva do turismo. Cabe às entidades do setor oferecer esta qualificação, abrangendo desde os aspectos básicos da assepsia até gestão, plano de negócios, marketing e redes de empresas. Quando falamos em treinamento, devemos projetar investimentos pesados na base da pirâmide empresarial, nos empreendimentos de pequeno porte e mão de obra familiar, que devem ter acesso gratuito a tal formação. São milhares de empreendedores, que, para atender às novas demandas do turismo, precisam estar preparados.

O setor privado já não suporta o elevado peso dos tributos e encargos sociais e não pode ser ainda mais onerado quando recorrer à capacitação, em especial se a oferta tem origem em entidades do Sistema “S”. O impacto social do turismo pode fazer de nosso país uma sociedade mais justa e equilibrada – e devemos investir nessa possibilidade, com persistência e racionalidade.

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