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Rendeiras de Florianópolis se unem para preservar tradição artesanal

Com os certificados de conclusão no Curso de Gestão Cooperada, rendeiras se unem para aumentar a produção e promover a valorização da renda de bilro de Florianópolis

Leonícia de Ávila Duarte, moradora da Armação, aprendeu a fazer renda de bilro ainda criança e, como muitas mulheres de comunidades pesqueiras do município, vendia as peças que produzia para garantir o sustento da família enquanto o marido trabalhava em alto mar. Nesta quarta-feira (27/07), aos 69 anos, ela recebeu o primeiro documento referente à atividade que exerceu a vida inteira. Leonícia é uma das 25 alunas que concluíram o Curso de Gestão Cooperada para Rendeiras, no Centro de Referência da Renda de Bilro de Florianópolis.

A cerimônia de entrega dos certificados contou com a presença do prefeito Dário Berger, vereadores Renato Geske (PR) e Célio Bento (PMDB), além de representantes de instituições parceiras e convidados. O evento integra a programação alusiva ao aniversário da Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes (FCFFC). “Tem momentos que mesmo singelos nos proporcionam imensa alegria e uma grande honra. Esse é um deles. Mostra que vocês estão buscando um aperfeiçoamento”, falou o prefeito, saudando as rendeiras.

“Eu já fiz muitos cursos na minha vida. Aprendi bordado francês, ponto cruz e já tenho vários certificados. Mas, é a primeira vez que eu tenho diploma de rendeira. Vou colocar numa moldura. Tudo isso que está acontecendo é muito bom para valorizar a gente”, comemora Leonícia.

Espírito empreendedor

O Curso de Gestão Cooperada para Rendeiras foi realizado pela Fundação Franklin Cascaes, em parceria com o Programa de Promoção do Artesanato de Tradição Cultural (Promoart), do Ministério da Cultura (MinC), contando com apoio da Casa dos Açores Ilha de Santa Catarina. A iniciativa visa à valorização do artesanato da renda de bilro e o repasse de saberes tradicionais. Pretende também despertar nas artesãs o espírito empreendedor por meio de ações de apoio à produção, comercialização e divulgação da atividade.

Ao todo, as rendeiras tiveram 40 horas de aula sobre relações interpessoais, técnicas de atendimento e vendas, gestão financeira e planejamento de ações coletivas em associação ou cooperativa. A partir da formação de um grupo de trabalho, as artesãs vão participar de feiras e exposições dentro e fora de Santa Catarina, dividindo tarefas e compartilhando os lucros. A primeira ação coletiva representando o Centro de Referência da Renda de Bilro é a participação no Festival da Tainha, que acontece no Centrosul, de 29 a 31 de julho.

Em outubro, a renda de bilro de Florianópolis vai estar em destaque também no Museu Edson Carneiro, no Rio de Janeiro, com uma exposição dos trabalhos feitos pelas rendeiras do município no Salão do Artista Popular, que ficará aberto à visitação pública até início de novembro.

Núcleos de referência

Além das atividades realizadas no Casarão das Rendeiras, na Lagoa da Conceição, a Fundação Franklin Cascaes iniciou oficinas de renda de bilro na comunidade do Sambaqui e no Pântano do Sul, em parceria com associações de moradores locais, assim como no bairro do Estreito, na região continental. A proposta é que sejam criados núcleos regionais de rendeiras, ligados ao Centro de Referência, para fortalecer essa tradição trazida pelos imigrantes açorianos.

No Centro de Referência da Renda de Bilro de Florianópolis são realizadas oficinas permanentes para repasse de saberes, aprimoramento de técnicas de produção e exposição de produtos de referência cultural. O espaço vai abrigar em breve um centro museográfico, com acervo de fotos, vídeos e folhetos, entre outros materiais sobre a atividade, e terá também uma loja de produtos confeccionados e comercializados pelas próprias rendeiras.

(PMF, 29/07/2011)

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