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Projeto da Praia da Armação fica pronto até novembro

Barreira de pedras para evitar o avanço do mar na Praia da Armação, na Capital, receberá calçamento, ciclovias e deques

Enquanto Janete Búrigo não sabe o que será feito do muro de pedras que virou a calçada em frente a sua casa, na Praia da Armação do Pântano do Sul, em Florianópolis, ela tenta reavivar o cinza da barreira, plantando vegetação nativa. Há mais de um ano, Janete viu a paisagem de sua vista mudar: primeiro, a invasão do mar; depois, a construção do muro de contenção. Ainda deve levar 120 dias para a moradora saber o que será feito no local.

Este é o prazo para o projeto de urbanização e humanização do molhe, construído há quase um ano, ficar pronto. Não há data para a obra sair do papel. No valor de R$ 128,8 mil, o contrato com a empresa responsável foi assinado há duas semanas. O secretário municipal de Obras, Luiz Américo Medeiros, informou que para revitalizar o muro, de cerca de 1,7 mil metros de extensão, estão previstos calçamento, ciclovias, deques e aparelhos de ginástica. A espera de Janete é de outros moradores, como Thomaz Moreno, que também viu 16 casas destruídas pelo avanço do mar em maio de 2010. Apesar de usar a contenção para caminhar, ele reclama das condições inadequadas, já que o local está cheio de pedras.

– Já que perdemos a areia, espero que possamos ter uma orla para caminhar. A galera era acostumada a andar descalça na beira da praia, ou correr, e agora, não dá mais para fazer isso. Podemos machucar o pé.

Além da humanização do molhe, a prefeitura prevê outras obras para a recuperação da praia, como o alargamento da faixa de areia, já que cerca de 700 metros dela sumiram, e o desassoreamento do Rio Quincas e Sangradouro. Para isso, aguarda a liberação de R$ 13 milhões pelo Ministério da Integração. O projeto para garantir os recursos foi entregue ao ministro Fernando Bezerra este mês.

O secretário informou que o dinheiro só será liberado se o ministério aprovar o projeto. Não há prazo para isso acontecer. Américo estima que depois de começarem as obras, elas devem ficar prontas em até dois anos. A empresa terá que fazer o projeto executivo e os estudos de impacto ambiental para as licenças.

– Tenho plena convicção de que o recurso virá – ressaltou.

Para evitar mais um verão sem turistas e para agilizar a liberação do dinheiro, o presidente da associação de pescadores, Fernando Sabino, vai encaminhar um pedido de audiência com o ministro da Integração para a primeira quinzena de agosto.

– O último verão já foi sem turistas, acreditamos que os próximo será ainda pior. Espero que alguma coisa possa ser feita para a temporada.

(Por Julia Antunes, DC, 29/07/2011)

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