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Igrejas tombadas recebem verba

Governo libera R$ 3,4 milhões para nova etapa de reparos de dois templos que tiveram as obras paradas por falta de dinheiro

Toda vez que passa na frente da Igreja Nossa Senhora da Lapa, no Ribeirão da Ilha, em Florianópolis, a aposentada Anita de Morais, 80 anos, faz o sinal da cruz e pede que esteja viva quando terminar a restauração do que chama de “casa”. Hoje, a prece ganha o reforço de R$ 1,7 milhão, que será liberado pelo governo do Estado para a segunda etapa da recuperação. Valor igual será destinado a uma nova parte da reforma da Igreja Matriz de São José.

As duas obras, que começaram em novembro de 2009, estão paradas. No Ribeirão, desde novembro do ano passado, e em São José, desde março. A falta de dinheiro estava impedindo que prosseguissem. A previsão da empresa Concrejato, responsável pelas restaurações, é de que os trabalhos sejam retomados em agosto. Mesmo com a nova verba, as igrejas, que são tombadas e estão fechadas desde o início das reformas, não estarão prontas para reabrir. O padre Maurício da Costa, 41 anos, do Ribeirão, espera retomar as atividades no fim de 2012. Enquanto isso, ouve de fiéis e turistas reclamações sobre a demora na conclusão da recuperação.

– Quem vem de fora fica decepcionado quando chega à igreja, que é um ponto turístico, e encontra as portas trancadas. Eles até espiam pela fechadura, mas não conseguem ver nada porque está tudo tapado – conta o padre.

Ansiedade também em São José

Em São José, a população também está ansiosa para ter a igreja de volta. As missas estão sendo realizadas no salão paroquial, como no Ribeirão, mas “igreja é a igreja”, diz a aposentada Ondina Melzer, 90 anos. Para os trabalhadores da construção civil João Vergílio da Silva, 58, e Pedro Voges, 62, além de estarem levando muito tempo, as obras não estão sendo feitas de forma adequada.

– Na parte nova, já tem rachaduras que precisarão remendar. Isso é coisa para durar só três anos. As calhas foram entortadas e daqui a pouco vai chover dentro da igreja de novo. Vou pedir para o padre para eu fiscalizar isso aí – afirma Silva.

A engenheira da Concrejato responsável pelas obras, Ivana Moser, explica que restaurações demoram porque são cuidadosas. Segundo ela, nada é alterado sem um estudo intenso e uma decisão conjunta com os órgãos de preservação do patrimônio.

(Por Anita Martins, DC, 26/07/2011)

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