Aconteceu nos dias 27, 28 e 29 de junho o Encontro Preparatório das Américas para o VI Fórum Mundial das Águas. Este encontro teve como objetivo identificar soluções que possam ajudar a alcançar as metas definidas para cada tema prioritário a ser discutido no VI Fórum Mundial da Água que acontecerá em Marselha (França) em março de 2012, além de mobilizar um amplo espectro de interessados nas Américas para participar deste debate.
Este encontro foi organizado pelo Conselho Mundial da Água, pelo Comitê Internacional para o VI Fórum Mundial da Água, pela Agencia Nacional da Água (ANA), pela Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo e pelo município de Sorocaba. O Conselho Mundial da Água é uma entidade internacional não governamental criada em 1996, busca promover a sensibilização, comprometimento político, debate e busca de soluções técnicas para problemas enfrentados em vários níveis, com relação a esse recurso vital para a sobrevivência humana. A cada três anos, o conselho organiza o evento – Fórum Mundial da Água – que envolve todos os associados, governo, academia, empresariado, organizações não governamentais, jovens e cidadãos das diferentes regiões do planeta: América, Ásia-Pacífico, África e Europa para debater os temas relacionados à água em conexão com os problemas das diferentes regiões. Atualmente está em andamento quatro processos para o próximo Fórum que terá como tema “VI Fórum Mundial de Água é Tempo para Soluções”, são eles: processo político que envolve governos e parlamentares; processo temático que envolve vários setores dedicados a soluções para os problemas de agenda hídrica; processo regional que busca levar a agenda da água para governos locais (municipais) e regionais (estaduais) e o processo cidadão e dos cidadãos que busca a aproximação com os problemas locais cotidianos.
A contribuição da região das Américas está no âmbito do Fórum de Águas das Américas que mobiliza um vasto leque de interessados para desenvolver e facilitar a implementação das metas e propor soluções concretas em torno de 6 áreas prioritárias:
Garantia de acesso à água e saneamento
Mudanças Climáticas e Água
Governança das Águas e Gestão Integrada de Recursos Hídricos
Segurança Alimentar
Água e Energia
Proteção das Águas e Serviços Ecossistêmicos
Para cada um desses temas foram identificadas duas metas prioritárias e estabelecido um roteiro de trabalho que dará origem a seis relatórios que serão consolidados em um “Documento das Américas”.
Dentro da construção do processo político, desde o último Fórum (2009 em Istambul), cerca de 700 cidades e regiões signatárias do Consenso das Águas de Istambul – CAI estão preparando plano de ação para enfrentar os desafios face às questões da água e do setor de saneamento. Entre elas, 600 signatários pertencentes às Américas, incluindo três Cidades Campeãs das Águas (Cidades: Leon – México; Buenos Aires – Argentina e Sorocaba – Brasil) e uma Região Campeã que o Estado de São Paulo no Brasil. O CAI é a pedra angular do processo de Autoridade Local e Regional do 6º Fórum Mundial das Águas cujo principal resultado é um forte reconhecimento do papel das autoridades locais e regionais na política global da água.
Neste encontro preparatório, realizado nos dias 27 a 29 de junho, buscou-se uma maior integração e troca de experiências entre os representantes nos dias 27 e 28 em São Paulo, na Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo e conhecimento “in loco” da experiência de Sorocaba com a visita a campo.
A programação do evento foi:
Dia 27: Processo Temático Regional – Auditório Augusto Ruschi – Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo
Apresentações e Debate
Processo preparatório do VI Fórum Mundial da Água – Prioridades Temáticas das Américas: um processo contínuo
De Metas às soluções:
– Água para energia
– Garantia de acesso a serviços de água e saneamento para todos
– Responder às mudanças climáticas globais
– Governança e Gestão Integrada de Recursos Hídricos
– Segurança Alimentar
– Proteção à água doce e serviços ecossistêmicos
Resultados esperados
– Apresentação do andamento de cada um dos temas
– Conteúdo e metodologia adotada
– Definição da estrutura do documento final
– Conciliação das diferentes contribuições dos países americanos ao documento final
– Estabelecer um calendário de eventos
Dia 28: Autoridades Locais e Regionais – Auditório Augusto Ruschi – Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo
Apresentação e Debate
Processo Local/Regional, o Consenso da Água de Istambul e os resultados do encontro de Lion
Apresentação da Cidade e Região Campeã das Águas:
– Cidade de Léon México
– Estado de São Paulo
– Estado do Paraná – projeto Cultivando Água Boa – Itaipu Binacional.
Quais são as metas das Américas para o processo local/regional?
Quais soluções podem ser identificadas para cada um das metas definidas?
Quais são as propostas e recomendações das Américas para o VI Fórum Mundial da Água?
Resultados esperados
– Conhecer as experiências e avançar em relação aos processos políticos locais e regionais
– Trocar experiências entre as cidades das cidades campeãs buscando a introdução de questões relacionadas com a água na agenda política local.
– Elaborar lista de problemas comuns e soluções identificadas para ser apresentado durante o Fórum Mundial da Água
Dia 29: Visita de campo a Sorocaba – Candidata à cidade campeã das Águas
Visita ao parque linear do Rio Sorocaba
Iniciativa de recuperação da mata ciliar
Campanha de plantio de mudas
Parques lineares – conectividade e controle de inundações na bacia
Estação de Tratamento de Esgoto
Dentro da construção deste processo que, foi realizado no dia 03 de junho de 2011 a Mesa Redonda – Mudanças Climáticas e Água, que pretendeu contribuir para o documento das Américas, coordenado pelo Fórum de Água das Américas. O objetivo desta mesa redonda foi trazer a contribuição brasileira para este tema Mudanças Climáticas e Água que ficou sob coordenação da Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo, com articulação e envolvimento de todos os atores interessado – academia, setor público setor privado e sociedade civil. A idéia era delinear o painel da contribuição brasileira, definindo campos temáticos prioritários e diretrizes gerais e propor procedimentos de enlace e participação das instituições e movimentos ligados às mudanças climáticas nos âmbitos federal, regional e estadual.
(Vitae Civilis, 27/06/2011)