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SC-401, em Florianópolis, terá túneis para animais atravessarem

Para diminuir a quantidade de mortes de animais silvestres na SC-401, estão sendo colocadas, ao longo da rodovia, cinco passa-faunas, que são túneis para os bichos atravessarem. Cercas serão instaladas antes e depois, ao longo de 300 metros cada, para guiar jacarés, lontras, graxains (cachorros do mato), ratões do banhado, gambás e tatus às passagens. As ações foram exigidas por órgãos ambientais para dar licença para o Deinfra (Departamento Estadual de Infraestrutura) duplicar a estrada.

O chefe da Estação Ecológica de Carijós, que fica nas proximidades da via, Sílvio Souza, diz que a eficiência da técnica, largamente adotada em outros países e outras cidades brasileiras, é comprovada. “Reduz mortes de animais e acidentes, pois as pessoas se assustam quando vêem bichos na pista.” Para impossibilitar a passagem de pessoas, os túneis terão grades. Terra solta será posta para facilitar a locomoção dos bichos.

Por enquanto, dois pontos estão recebendo as estruturas. O encarregado das obras de arte da duplicação da SC-401, Josemar Bandeira, conta, inclusive, que os animais já estão utilizando os tubos. “De noite eles vêm aqui e deixam marcas de patas no concreto”, diz.

No local, segundo levantamento informal da Comcap (Companhia de Melhoramentos da Capital), pelo menos cinco animais mortos são recolhidos diariamente. Até exemplares do jacaré-do-papo-amarelo, que está ameaçado de extinção, já foram atropelados na estrada.

A SC-401 será a primeira via de Florianópolis a ter passa-faunas. Mas o equipamento está previsto nos projetos de duplicação da avenida Deputado Diomício de Freitas e de construção da estrada que levaria ao aeroporto, passando pela Tapera e indo para o Campeche.

Ação preserva Estação Ecológica de Carijós

A colocação de passa-faunas vai contribuir para a preservação da Estação Ecológica de Carijós, que protege os manguezais do Rio Ratones, com 6,25 km², e do Saco Grande, que possui 0,93 km². Nessa área, foram encontradas 477 espécies animais, sendo 328 de invertebrados marinhos, 42 de peixes e 107 de aves.

“Esse é um dos únicos ambientais naturais que sobraram na Ilha. Aqui, 17 mamíferos já foram extintos”, explica o chefe da unidade. Além disso, a Estação é importante para a pesca, pois muitas espécies marinhas se reproduzem nos manguezais.

Jacaré-do-papo-amarelo (Caiman latirostris)

A espécie, ameaçada de extinção, é natural do Leste do Brasil e do Norte da Argentina e do Uruguai. O animal, que come moluscos aquáticos e outros vertebrados, vive entre a vegetação das margens de rios, lagos e banhados. Em condições normais, não costuma atacar o homem.

Lontra (Luntra longicaudis)

As lontras são mamíferos carnívoros de hábitos semi-aquáticos. De médio porte, esses bichos apresentam membranas entre os dedos, o que auxilia o deslocamento na água, e duas camadas densas de pêlos, o que as protege das variações de temperatura.

Graxaim (Cerdocyon thous)

Parece uma raposa, mas acinzentada e amarelada. Durante o dia, costuma esconder-se em matas fechadas ou em grandes moitas de capim, tornando-se ativo à noite. O graxaim, encontrado por todo o Brasil, come, basicamente, insetos, roedores e frutos.

Outras ações de proteção ambiental na SC-401

– Coleta e plantio de sementes de plantas nativas
– Eliminação de vegetação exótica, com técnica de sombreamento
– Monitoramento de mortes de animais silvestres

(Por Anita Martins, DC, 09/06/2011)

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