Secretaria de Infraestrutura entregou relatório com as alternativas que será analisado por Colombo e uma equipe técnica. Ainda não há prazo
O governador Raimundo Colombo tem nas mãos a futura nova ligação entre Ilha e Continente. O relatório com as quatro possibilidades para a quarta conexão foi entregue pelo secretário de Infraestrutura Valdir Cobalchini na segunda-feira. Com prós e contras de todas as alternativas, o documento agora será avaliado pelo governador junto a uma comissão técnica, mas ainda não há prazo para a resposta.
São basicamente dois planos: o Via Expressa e o Norte. No plano Via Expressa, a ideia é fazer a quarta ligação entre Ilha e Continente por meio de uma ponte estaiada entre as pontes Colombo Salles e Pedro Ivo, o que é defendido no projeto de ampliação da capacidade da Via Expressa desenvolvido pelo Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes). O plano Norte, ligando a avenida Beira-mar Norte com a Beira-mar Continental, ainda em obras, prevê três possibilidades: ponte estaiada, ponte convencional e túnel subaquático.
“É uma decisão de governo. A secretaria, como órgão técnico, tem o dever de oferecer os elementos técnicos, jurídicos, financeiros e ambientais para que o governador possa tomar uma decisão”, afirma o secretário Valdir Cobalchini. Segundo ele, a decisão de Colombo deverá levar em conta especialmente dois fatores: mobilidade urbana e questão financeira. Estão sendo analisadas também as possibilidades de PPPs (Parcerias Público-Privadas) e concessões públicas.
No relatório apresentado pela pasta, a opção de uma ponte convencional ligando as avenidas Beira-mar Norte e Continental se sobressai, em função do menor custo de construção e manutenção e menor impacto visual em relação à ponte Hercílio Luz. No entanto, o parecer final continua nas mãos do governador. “Qualquer afirmação sobre o que foi definido, antes da decisão de Colombo, será pura especulação”, diz Cobalchini.
Patrimônio da União precisa dar o aval
Qualquer obra no entorno das três ligações já existentes – pontes Colombo Salles, Pedro Ivo e Hercílio Luz – precisa do aval da União, dona do espaço. De acordo com a superintendente da Secretaria de Patrimônio da União em Santa Catarina, Isolde Spíndola, o Estado deve pedir a cessão do terreno à União e a decisão da SPU levará em consideração pareceres da Capitania dos Portos, Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente), Ipuf (Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis) e Iphan (Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), em função da ponte Hercílio Luz ser um patrimônio tombado.
“A cessão da área só é possível após o licenciamento ambiental. O Estado às vezes leva em consideração apenas o custo, mas se esquece de que o impacto ambiental de determinada obra é muito maior”, avalia Isolde. A superintendente lembra ainda que se o modelo escolhido pelo Estado for de PPPs e o aterro for utilizado para fins comerciais e não públicos, a cessão de uso não será gratuita para o Estado. “O cálculo do que vai ser explorado é feito por metro quadrado. Além disso, é preciso verificar o que o zoneamento do Plano Diretor permite fazer naquela área (entorno das pontes)”, diz.
Os projetos
Alternativas para quarta ligação entre Ilha e Continente foram apresentadas ao governador Raimundo Colombo. São dois planos: o Via Expressa e o Norte. De acordo com a Secretaria Estadual de Infraestrutura, um projeto não exclui o outro e poderiam até se complementar já que as previsões de aumento da frota, em 2020, apontam a necessidade não somente de uma quarta, mas de uma quinta ligação. Resta saber se haverá viabilidade financeira para todas as obras.
Plano Via Expressa
Construção de uma ponte estaiada no vão entre as pontes Pedro Ivo e Colombo Salles. Faria a ligação passando pela Via Expressa e sairia, por meio de elevados, próximo ao túnel Antonieta de Barros.
* Alternativa é estudada junto ao projeto de ampliação de capacidade da Via Expressa desenvolvido pelo Dnit. Projeto fica pronto no fim do ano.
* Vantagens seriam a facilidade em relação ao licenciamento ambiental e desapropriações praticamente inexistentes.
* Desvantagem é manter o fluxo de automóveis no mesmo local.
Plano Norte
Ligação entre as avenidas Beira-mar Norte e Beira-mar Continental. Independentemente da opção por túnel, ponte convencional ou estaiada, será necessário aterro e acesso de 7,8 quilômetros até o BR-101, na altura de Barreiros, em São José.
– Ponte estaiada
* Mais cara que a ponte tradicional
* Concorreria com a visual da ponte Hercílio Luz
– Ponte tradicional
* Seria semelhante às pontes Pedro Ivo e Colombo Salles, com oito pistas, uma em cada lado exclusiva para ônibus, passeio público e ciclovias.
– Túnel subaquático
* Valor aproximado ao da ponte convencional, mas a manutenção é mais cara (iluminação, exaustão, segurança)
Previsão orçamentária
Plano Via Expressa
– Ainda não há valores estimados
Plano Norte
– Valores do projeto total, incluindo o acesso de 7,8 quilômetros à BR-101
Túnel: R$ 1,02 bilhão
Ponte estaiada: R$ 1,026 bilhão
Ponte convencional: R$ 771 milhões
Previsão de cronograma para o Plano Norte
– Abril/Junho de 2012 – Confecção dos projetos, definição das modalidades (PPPs, concessões, verbas federais ou estaduais) e licitação
– Julho/Setembro de 2012 – início das obras
– Abril/Junho de 2014 – conclusão da etapa de acesso à BR-101 e ligação com o sistema viário de Barreiros
– Julho/Setembro de 2014 – conclusão da etapa ponte/túnel e ligação com o sistema viário já existente
(Por Maiara Gonçalves, ND, 09/06/2011)
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Na minha opinião, mesmo saindo mais cara, o melhor projeto ainda seria o plano norte, ou seja, ligação via beira mar continental ainda em obras, com ligação direta a BR 101, saindo direto da beira mar norte.
A justificativa, é desfogar o tráfego no centro da cidade.
Espero que o Governador se sensibilize, e faça este projeto sair o mais breve possível do papel.