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Municípios estudam possibilidades para tratar resíduos sólidos se aterro da Proactiva fechar

Com a possibilidade de fechamento do aterro em Biguaçu, cada um dos 22 municípios da Grande Florianópolis buscam alternativas para o lixo

A perspectiva de que aterro sanitário da ProActiva Meio Ambiente seja fechado em dezembro, por conta da possibilidade da não renovação do alvará de funcionamento pela Prefeitura de Biguaçu, faz com que os municípios da Grande Florianópolis busquem alternativas individuais para o destino do lixo. Palhoça, São José, Florianópolis e Biguaçu movimentam os primeiros estudos de como tratar os resíduos sólidos, nos quais alguns fazem o uso de tecnologia avançada e importada, priorizando o reaproveitamento dos gases em energia.

Em Palhoça, a aposta é pelos estudos com a utilização de novas tecnologias de tratamento de resíduos sólidos, que reaproveitam o material para gerar energia. “Teremos um workshop em novembro para discutir e ver qual tecnologia é a mais viável para Palhoça, se a pirólise ou o biodigestor. Mas em curto prazo, se o aterro em Biguaçu fechar, teremos de investir na contratação emergencial de outra empresa”, analisa o superintendente da FCAM (Fundação Cambirela do Meio Ambiente), Danilo Neto Al Cici.

Em São José, nesta sexta-feira, Maria Tereza Kretzer Brandemburg, chefe do gabinete do prefeito, entregou a representantes de seis empresas os pré-requisitos para a elaboração do projeto do edital de intenções para propostas de destinação do lixo. “As empresas terão 60 dias para entregar os projetos. O melhor deles será posto em prática a partir do próximo ano. Se o aterro for fechado antes disso, como medida de emergência solicitaremos ao Ministério Público uma dispensa de licitação para a reabertura do aterro de São José, localizado no Alto Forquilhas”, adiantou o secretário de Infraestrutura, Túlio Maciel.

O Governo de Biguaçu trabalha com duas hipóteses. A primeira é licitar novamente o serviço de coleta e tratamento de lixo, já que o contrato com a ProActiva está prestes a vencer. Outra possibilidade é criar um aterro municipal, no terreno de 50 mil metros quadrados desapropriado na Estiva do Inferninho. “Por conta da briga judicial quanto à taxa do lixo, a ProActiva pode nem ter interesse em participar da licitação no dia 30. Se a gente investir no aterro próprio, podemos fazer o tratamento, como faz a Comcap (Companhia Melhoramentos da Capital), em Florianópolis, ou licitar a outra empresa”, antecipa Azevedo.

Florianópolis

O diretor presidente da COMCAP (Companhia Melhoramentos da Capital), Antônio Marius Zuccarelli Bagnati, antecipa que a Prefeitura Municipal de Florianópolis estuda possibilidades para tratar os resíduos sólidos. “Estudamos em parceria com UFSC várias alternativas para cuidar do nosso lixo. O orgânico, por exemplo, podemos fazer compostagem, atendendo todo cinturão agrícola da Grande Florianópolis”, aponta. Os resíduos também podem ser usados para produção de gás e energia elétrica. “São tecnologias poucos disponíveis no Brasil, mas podem ser importadas”, planeja Bagnati.

ProActiva acata decisões

O diretor operacional do único aterro sanitário da ProActiva em Santa Catarina, José Luiz Piccoli, diz que a empresa cumprirá todas as determinações, seja em relação ao processo que corre no judiciário, ou a não renovação do alvará de funcionamento pela Prefeitura de Biguaçu. “Estamos questionando a taxa do lixo judicialmente e a ProActiva vai acatar o que for decidido ao final do processo. Alguns municípios, inclusive, também questionaram a taxa judicialmente e cada um está buscando caminhos para tratar o lixo que produz”, diz.

Quanto à renovação ou não do alvará de funcionamento do aterro sanitário localizado na Estiva do Inferninho e que recebe diariamente 1.000 toneladas de lixo, a diretoria da empresa informa que o Executivo está nos seu direito e que respeitará a decisão do município.

Saiba mais:

– Pirólise consiste em um forno para incinerar e reduzir o volume do lixo, o que sobra é transformado em carvão

– Biodigestor é uma estufa onde ocorre o processo de fermentação, com aproveitamento dos gases na queima de energia

– Biguaçu produz apenas 3% do material depositado no aterro sanitário localizado na Estiva do Inferninho

– A expectativa de vida útil do aterro é de no máximo sete anos

– A Prefeitura de Biguaçu alega que a ProActiva deve hoje cerca de R$ 8 milhões, referentes à Taxa de Controle e Fiscalização de Aterros Sanitários

(Por Carol Ramos, ND, 18/06/2011)

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