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Mau cheiro na entrada de Florianópolis vai acabar em 40 dias, promete Casan

O que resolverá o problema, diz companhia, é um biofiltro que está sendo construído na estação de tratamento ao custo de R$ 400 mil

A entrada da capital brasileira com melhor qualidade de vida não vai mais feder a esgoto. O mau cheiro da ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) Insular, na saída da ponte Pedro Ivo Campos, será eliminado em 40 dias, segundo promessa do superintendente da Casan (Companhia Catarinense de Águas e Saneamento) na Grande Florianópolis, Carlos Alberto Coutinho. O problema do odor existe desde a abertura dessa unidade, em 1997.

O que resolverá a questão é um biofiltro, que está sendo construído ao custo de R$ 400 mil. O equipamento transformará os gases metano e sulfídrico, hoje produzidos pelo esgoto in natura que chega na ETE, em gás carbônico, 23 vezes menos danoso para o efeito estufa que o metano. O engenheiro sanitarista e ambiental da Casan Lucas Arruda ressalta que essas substâncias só poluem o ar em altas concentrações, o que não é o caso.

O método, considerado natural pois não utiliza produtos químicos, induz bactérias que estão no esgoto a se alimentarem dos gases. O projeto do biofiltro foi desenvolvido pelos professores do Curso de Engenharia Sanitária e Ambiental da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) Henrique Lisboa e Paulo Belli Filho. A proposta estava engavetada há quase três anos, pois só agora a Casan conseguiu verbas para implantá-la. “Não sei por que tanta demora. Não é caro. Não é uma ideia maluca”, diz Lisboa.

Fim do mau cheiro será alívio para a população

Quem mais vai se beneficiar com a eliminação do mau cheiro são os funcionários da Casan na Ete Insular. Atualmente, eles precisam utilizar máscaras para realizar procedimentos perto da caixa de chegada, por onde os efluentes e os gases entram. O operador Valmir Goulart, 59 anos, que trabalha há 16 no local, conta que nunca chegou a se acostumar com o odor. Por isso, vai poder respirar aliviado quando o biofiltro estiver funcionando.

O estudante Filipe Cruz, 23, também não vê a hora de o cheiro desaparecer. Quase todo dia, ele passa pela Ete, pois vai do Estreito para a Ilha. Mesmo agora no inverno, quando as janelas dos ônibus tendem a ficar mais fechadas, Cruz sente o odor do esgoto. “Só some a porta abre no terminal”, relata.

Para ele, a cidade toda vai se beneficiar, principalmente porque vai melhorar sua imagem perante os turistas. “Isso é um cartão-postal ao contrário. As pessoas chegam e já dão de cara com aquela podridão. Até que enfim, isso vai acabar”, diz.

(Por Anita Martins, ND, 22/06/2011)

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