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Jardim Botânico ainda só no papel

Governo busca alternativas junto ao Funturismo e na iniciativa privada para realizar o projeto em três pontos na Ilha de SC

A ideia já havia sido plantada, mas foram os R$ 20 milhões prometidos pela empresa OSX, de Eike Batista, que adubaram a idealização do Jardim Botânico da Capital. Com a desistência da construção do estaleiro em Biguaçu pela OSX, a planta da área verde ainda não saiu do papel. Agora, o Estado busca uma alternativa para realizar o projeto para 70 hectares que incluem as estações do mangue do Itacorubi, do Rio Papaquara, junto ao Sapiens Parque, em Canasvieiras, e da Cidade das Abelhas, no Bairro Saco Grande.

Sem abrir mão de eventuais parcerias com a iniciativa privada, a alocação de recursos passa agora pelo Funturismo, na Secretaria de Turismo, Cultura e Esporte.

– Esperamos que até o final do ano, pelo menos os 25 hectares localizados no Itacorubi, estejam em condições de serem abertos ao público. O ideal é que fosse um Jardim Botânico nos moldes idealizados, mas pelo menos vamos inicialmente trabalhar com um módulo – diz o secretário Cesar Souza Júnior.

Para o secretário, que em 2007 como deputado estadual, liderou uma mobilização para que a área fosse preservada, a cidade não pode ficar à espera de uma decisão. Souza diz que o governador Raimundo Colombo está sensível ao projeto e que o Executivo vai concordar com a destinação dos recursos.

Mesmo pensamento tem Murilo Flores, diretor da Fatma. Recém-chegado de viagem à Europa com o governador, Flores conta que encaminhará a documentação necessária para que os recursos possam ser alocados o mais breve possível via Funturismo. Disse que, durante a viagem, conversou sobre o assunto com o secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável, Paulo Bornhausen. O entendimento é de que o Jardim Botânico é uma obra para a cidade e deve ser concretizado.

Conforme Flores, isso não significa que a OSX não irá mais participar do empreendimento. Flores conta que o projeto de ocupação dos espaços está pronto, foi debatido e encaminhado às partes interessadas (poder público e iniciativa privada), mas o projeto executivo, que irá detalhar a obra arquitetônica, é fundamental para que ela comece:

– O que temos hoje é só um traçado – explica.

A assessoria do Grupo EBX, dono da OSX, sem dar maiores informações, apenas informou que o grupo continua investindo em SC e segue apoiando o projeto do Jardim Botânico de Florinópolis.

O biólogo Marcos Daré, da Fundação Certi, considera importante a busca de estratégias de captação de recursos.

– Independente da OSX, defendemos a diversificação de fontes incluindo o governo, empresas, universidades. Achamos que o modelo diversificado poderá favorecer o próximo passo, que é o detalhamento, e neste momento se faz necessário um recurso emergencial – observa.

O presidente da Epagri, Luiz Ademir Hessmann, diz que o órgão está fazendo a sua parte e que já começou a discutir o projeto do Jardim Botânico com a sociedade:

– O que está faltando mesmo é o governo começar a fazer e só.

Segundo explicou, no projeto de 2009, a área da Epagri, no Itacorubi, unida a outra área, a da Comcap, formaria um grande corredor verde de lazer e pesquisa que acabaria no mar da Baía Norte. Isso formaria um passeio que protegeria o mangue da exploração imobiliária.

(Por Angela Bastos, DC, 01/06/2011)

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