Vitimado pela polêmica reforma do Centro Integrado de Cultura, Masc expõe crise
No lugar de Martinho de Haro, Schwanke, Panceti, Volpi, Di Cavalcanti, Burle Marx, Guignard, entre outros artistas que compõem seu acervo, o Museu de Arte de Santa Catarina (Masc) expõe problemas. Vitimado pela arrastada reforma do Centro Integrado de Cultura (CIC), o museu está fechado há dois anos.
Um dos motivos é a iluminação, que não atende às necessidades museológicas e oferece risco ao acervo. A promessa é reabrir o Masc no dia 30 de junho.
Por conta desse detalhe, os painéis que vão receber as obras têm de ser refeitos e o teto virou um concorrente para qualquer exposição. Quilômetros de fios e canaletas disputam a atenção do visitante. No projeto de reforma não estava prevista a instalação de um forro. Sem contemplar regras básicas nesse tipo de projeto, o problema mais grave é a iluminação.
Encontrar alguém que fale sobre o assunto e indique as falhas não é tarefa simples. Nesta busca, o que se constata é que as obras civis do Estado carecem de fiscalização técnica – nas fases de elaboração, execução e finalização do projeto.
A pergunta que fica é: como o Estado autorizou a execução da reforma se ela não atende as especificações técnicas do setor?
Presidente da Fundação Catarinense de Cultura (FCC), Joceli de Souza minimiza o problema e diz que durante a execução de uma obra, ou após o término dela, sempre são necessários ajustes. Para ele, não há como cobrar nada de ninguém.
– Obra é assim mesmo. Sempre precisa de um ajuste. Não quero olhar para trás, quero olhar daqui para a frente. Mas claro que vamos resolver. Além do mais, as lâmpadas serão reutilizadas – afirma.
Joceli diz que não há problemas com a fiscalização. Ele explica que a execução de um projeto é acompanhada à distância por meio do Sistema Integrado de Obras Públicas (Sicop), um software de acesso restrito que está no site da Secretaria de Estado de Infraestrutura. No controle do Sicop, de um lado a empreiteira vai fazendo o relatório de seu trabalho. Em outra ponta, um engenheiro da secretaria compara o que está especificado no projeto com o que a empresa descreve como realizado. Mas não há nenhuma fiscalização in loco.
O acervo do Masc foi criado em 1948, a partir de uma exposição organizada por Marques Rebelo. Conta com obras dos artistas mais representativos do Brasil. O acervo está em local reservado no CIC, onde são tomadas todas as medidas que garantem a integridade das obras, sob os cuidados da equipe da presidente do Masc Lygia Roussenq Neves.
(Por Jacqueline Iensen, DC, 07/06/2011)
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