Iphan autoriza a Prefeitura de Florianópolis a revitalizar o Parque da Luz

Obra, que pode custar até R$ 3,5 milhões, só deve começar dentro de ou dois anos

O Parque da Luz, na cabeceira da Ponte Hercílio Luz, no Centro de Florianópolis, será revitalizado. O Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) aprovou nesta semana um projeto da Prefeitura de Florianópolis para fazer modificações no local. Os recursos serão captados na iniciativa privada, por meio da Lei Rouanet, em parceria com a Fundação Banco do Brasil, e podem chegar a R$ 3,5 milhões.

A obra, no entanto, só deve começar em um ou dois anos, de acordo com o secretário municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano, José Carlos Rauen. “Vamos começar a fazer a captação de verbas e, depois, teremos de elaborar uma licitação com o valor conseguido. Esse processo demora”, explica.

O projeto de revitalização prevê a colocação de quiosque, banheiro público e academia de ginástica ao ar livre, entre outros equipamentos de lazer. Um novo paisagismo também será implantado. Para resolver os problemas de segurança na área, a principal razão da falta de frequentadores, serão instalados sistemas de iluminação e de câmeras de segurança.

Rauen diz que foi estudada a possibilidade de cercar o parque e trancá-lo durante a noite, ação sugerida por pessoas que visitam o parque. O empresário Paulo Müller, 48, é um dos apóiam que essa solução, adotada em grandes cidades, como São Paulo e Rio de Janeiro, para evitar aglomeração de usuários de drogas e moradores de rua. “Não vamos fazer isso, não é da cultura florianopolitana. Vamos usar vigilância eletrônica ligada à Guarda Municipal e à PM, que irão lá pessoalmente, quando necessário”, diz o secretário.

Crimes assustam população, mas parque agrada

Casos de assaltos, atentado ao pudor e até violência sexual deixam assustadas as pessoas que frequentam o Parque da Luz. O soldado Fortes, que eventualmente vai ao local após chamadas de moradores da região, conta que há duas semanas, uma garota foi estuprada no parque após tomar um “Boa noite, Cinderela”.

O jardineiro Dário Panizzon, 48, pago pela Associação Amigos do Parque da Luz, diz que mulheres e casais de namorados costumam ser assediados. “São sempre os mesmos caras que fazem isso. Mas a polícia não consegue pegá-los em flagrante”, reclama.

A empregada doméstica Adriana Schmitz, 37, leva os cães da casa onde trabalha todos os dias para passear. Mas tem medo. “Já vi uma moça ser assaltada aqui. Mas gosto do lugar”, diz. O empresário Müller também aprova o parque, apesar da insegurança. “Será um desafio eles fazem todas essas mudanças sem fazer esse espaço perder a imagem de campo, de interior que tem”, observa.

(Por Anita Martins, ND, 27/05/2011)