Empresas de Florianópolis não conseguiram preencher 560 postos no ano passado e devem abrir mais 1,5 mil neste ano
Florianópolis precisa de 2 mil profissionais para a área de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) até o final deste ano. O número foi levantado pela Associação Catarinense das Empresas de Tecnologia (Acate) em parceria com a prefeitura da Capital.
Na pesquisa Mapeamento de Recursos Humanos e Cursos do Setor de TIC, que será divulgada oficialmente hoje, as entidades identificaram que o setor busca um profissional diferente daquele que os cursos técnicos e universitários têm entregado ao mercado de trabalho.
Além disso, segundo Moacir Marafon, vice-presidente da Acate, o número de profissionais formados por ano no Estado seria suficiente para atender, apenas, a demanda anual de Florianópolis. A pesquisa revelou que as empresas de TIC consultadas na Capital pretendem contratar, em 2011, cerca de 1,5 mil profissionais. Mas, de acordo com o observatório Softex, SC forma, ao ano, pouco mais de 1,3 mil especialistas na área.
– Os números mostram que Florianópolis absorve toda a mão de obra formada no Estado. Este dado indica que o gargalo no preenchimento das vagas tende a ficar ainda maior nos próximos anos – analisa.
As empresas, segundo ele, estão buscando profissionais qualificados onde quer que estejam e, por isso, acabam recorrendo a outros estados.
– Mas vale lembrar que a situação é difícil no Brasil todo. Se em Santa Catarina fechamos o ano com 560 vagas em aberto, no Brasil, foram 100 mil posições sem preenchimento.
Carlos Roberto de Rolt, secretário de Ciência e Tecnologia de Florianópolis, diz que a cidade tem bons cursos universitários e técnicos, mas que não estão entregando o perfil profissional de que o mercado necessita. O mapeamento com 112 empresas da Capital identificou que, além dos conhecimentos específicos para os cargos, como, por exemplo, especialização nos programas Java e Delphi, o mercado busca profissionais que sejam fluentes em inglês, tenham noções de metodologia e saibam trabalhar em equipe.
Para resolver as demandas quantitativas e qualitativas do setor de TIC, o mapeamento foi só a primeira parte do trabalho. Rolt espera que o crescimento e a qualificação dos profissionais em SC sejam garantidos em ações conjuntas entre as empresas, instituições de ensino e o governo estadual e federal. Alguns projetos já foram realizados e outros estão sendo criados para que atendam às seguintes estratégias:
– Primeiro, precisamos apresentar as carreiras na área para os jovens e crianças. Depois, mostrar às instituições de ensino que a necessidade de mão de obra para o setor representa uma oportunidade. E, por último, propor às empresas que ofereçam a escolas e universidades cursos de especialização dos alunos no perfil que o mercado necessita – descreve Rolt.
(Janaina Cavalli, DC, 09/05/2011)
Salários no setor partem de R$ 2 mil
Para as mais de 2 mil vagas abertas até o final do ano no setor de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), os salários vão de R$ 2 mil a R$ 4 mil, dependendo da experiência do profissional. Apesar da disponiblidade de vagas e dos bons salários, a Associação Catarinense das Empresas de Tecnologia (Acate), em parceria com a prefeitura, promove ações para atrair mão de obra qualificada.
O processo que pretende suprir, no longo prazo, a dificuldade do setor em encontrar profissionais tem três etapas. A primeira, segundo o secretário de Ciência e Tecnologia da Capital, Carlos de Rolt, é desmistificar as profissões de tecnologia e incentivar crianças e jovens a optar por carreiras no setor. O projeto Aluno Monitor, que ensinou noções de computação para mais de 500 jovens da rede pública, e o Jovem Aprendiz, em parceria com Senai, Senac e o observatório Softex, que forma profissionais capacitados para trabalhar nas empresas da Capital, são alguns exemplos.
A segunda etapa do processo começa hoje. A Acate vai apresentar os resultados do Mapeamento de Recursos Humanos e Cursos do Setor de TIC a instituições de ensino. Por último, a Universidade Cooperada, projeto ainda em desenvolvimento, pretende unir empresas, escolas e universidades, na qualificação do profissional desejado pelo mercado.
(DC, 09/05/2011)
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